Maio do ano passado. Cannes realiza um de seus mais importantes festivais recentes, sinalizando, como farol, as novas tendências. Parasita, de Bong Joon ho, venceu a Palma de Ouro e conheceu depois aquela consagração no Oscar.
Parasita também consagrou o que virou uma tendência confirmada em Veneza, em setembro – a revolta dos excluídos, que uniu Parasita, Bacurau (de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles) e Os Miseráveis (Ladj Ly), reverberou em Coringa, de Todd Philips, vencedor do Leão de Ouro.
Mas havia outra vertente em Cannes, em 2019. Retrato de Uma Jovem em Chamas focou outra exclusão – a situação das mulheres, a desigualdade de gênero. O filme passa neste sábado, às 22 h, no Telecine Cult. A pintora que chega a um castelo isolado na costa para pintar o retrato de uma noiva renitente. A mãe quer que ela substitua a irmã que se suicidou num casamento arranjado. A pintora vem fazer o retrato que será ofertado ao noivo, como compromisso. A garota recusa-se, a pintora usa de subterfúgios. Envolvem-se numa ligação mais íntima. Céline Sciamma dirige sua parceira, na arte e na vida, a atriz Adèle Haenel. Anos mais tarde, outro quadro muda o recorte. Arte e vida. Retrato foi talvez o maior sucesso em todos os festivais LGBTQ+ do ano.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>