Estadão

Desinflação ampla ainda não começou na zona do euro, diz integrante do BCE

Integrante do conselho do Banco Central Europeu (BCE), Isabel Schabel comentou nesta sexta-feira, 10, que "a desinflação ampla ainda não começou na zona do euro" e, portanto, o BCE continuará seguindo seu atual curso de aumento de juros "em tempo hábil para retornar a inflação à meta de 2%" e de uma forma que seja "durável".

Durante uma sessão de perguntas e respostas com internautas via Twitter, ela afirmou que os juros mais altos são necessários para garantir a estabilidade de preços.

"Caso contrário, veríamos quedas ainda mais acentuadas nos salários reais e talvez precisemos aumentar ainda mais as taxas de juros", explicou a economista

Isabel Schnabel afirmou que o cenário de um "pouso suave" é possível para a economia zona do euro, isto é, o controle da inflação sem um impacto significativo na atividade, apesar de "não ser garantido".

Ela também enfatizou que a inflação atual "não é causada por falhas em nossa estrutura", novamente se referindo a choques globais, como a guerra entre Rússia e Ucrânia, cujo início e o impacto que provocaria ninguém pôde antecipar.

<b>Euro digital</b>

Isabel Schnabel afirmou ainda que um eventual euro digital não substituiria o dinheiro físico, apenas complementaria. Segundo ela, mais detalhes sobre o projeto serão divulgados no outono do Hemisfério Norte, que começa em setembro. "Com uma moeda digital do banco central, o processo da criação de dinheiro continuará nos bancos", comentou.

Ela acrescentou que o euro digital não será completamente anônimo, porque isso poderia facilitar o uso da moeda para fins ilegais, principalmente no caso de pagamentos grandes. "Garantir um alto grau de privacidade de dados pessoais e pagamentos será uma de nossas principais prioridades", concluiu.

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