O goleiro Fernando Prass disse durante a semana que o Palmeiras ainda não está pronto, mesmo com o fim da temporada próximo. Nesta quarta-feira, isso ficou claro. Foram 10 dias de um jogo para o outro e o que se viu no estádio Allianz Parque, em São Paulo, foi um time muito desorganizado e derrotado pela Ponte Preta por 1 a 0 com justiça, pela 30.ª rodada do Campeonato Brasileiro. A torcida parece ter perdido a paciência e pela primeira vez xingou o técnico Marcelo Oliveira de “burro”.
Para os palmeirenses, a única coisa positiva foi a camisa especial que os atletas entraram em campo para apoiar a campanha de prevenção do câncer de mama. Depois, só problemas. A torcida, antes mesmo da bola rolar, fez um protesto com faixas e gritos avisando que a classificação para a Copa Libertadores era obrigação. Após o resultado desta quarta-feira, ficou ainda mais difícil. Com 45 pontos, o Palmeiras não só não entrou no G4 como permitiu a aproximação da Ponte Preta, que chegou a 44.
Com a bola rolando, a tática do Palmeiras era, teoricamente, um 4-3-3. Entretanto, o que se viu foi um 6-0-4 com o agravante de que os seis da defesa pouco fizeram na marcação. A Ponte Preta, mesmo com um técnico interino, mostrou muito mais disciplina tática. Thiago Santos e Andrei estavam muito recuados e Zé Roberto não deu conta de marcar o meio de campo inteiro sozinho.
Sem padrão de jogo, os palmeirenses pegavam a bola e davam chutes para frente, mais se livrando da bola do que tentando criar algo. No ataque, Alecsandro ficava se debatendo com os marcadores enquanto Rafael Marques pouco se movimentava e Dudu corria desorganizadamente.
Assim, ficou tudo mais fácil para os visitantes que não correram grandes riscos durante toda a primeira etapa, nem mesmo quando Marcelo Oliveira resolveu colocou Gabriel Jesus no lugar de Andrei. A equipe teve uma leve melhora, mas nada que desse um alento de que o empate chegaria.
Como se já não bastasse a péssima atuação do time, mais uma vez a arbitragem virou assunto. Aos 26 minutos, Felipe Azevedo fez jogada individual e chutou a bola em cima de Victor Ramos, que tentou tirar o braço, mas não conseguiu. Pênalti marcado e bem convertido por Fernando Bob, que apesar da polêmica marcação, fez com que o placar fosse mais justo.
Na etapa final, os palmeirenses demonstraram um pouco mais de vontade, mas ainda faltava a calma para organizar o jogo. O jeito foi apostar nos cruzamentos para a área, que tanto salvou o time em outros jogos.
Irritada, a torcida pediu a entrada de Cristaldo e Marcelo Oliveira atendeu. A mudança não surtiu efeito. E lá foi o treinador na sua última tentativa. Colocou Allione no lugar de Dudu e viveu um fato inédito: ouviu os primeiros xingamentos. Ao som de “burro”, viu seu time pressionar um pouco, mas não o suficiente para evitar mais uma derrota.
FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 0 x 1 PONTE PRETA
PALMEIRAS – Fernando Prass; Lucas, Victor Ramos, Vitor Hugo e João Paulo; Thiago Santos, Andrei Girotto (Gabriel Jesus) e Zé Roberto; Dudu (Allione), Rafael Marques e Alecsandro (Cristaldo). Técnico: Marcelo Oliveira.
PONTE PRETA – Marcelo Lomba; Jefferson, Renato Chaves, Fabio Ferreira (Tiago Alves) e Gilson; Élton, Fernando Bob (Juninho), Cristian, Felipe Azevedo (Diego Oliveira) e Biro Biro; Borges. Técnico: Felipe Moreira (interino).
GOL – Fernando Bob (pênalti), aos 27 minutos do primeiro tempo.
CARTÕES AMARELOS – Dudu e Gabriel Jesus (Palmeiras); Jefferson, Gilson e Cristian (Ponte Preta).
ÁRBITRO – Rafael Claus (Fifa/SP).
RENDA – R$ 1.298.123,70.
PÚBLICO – 28.981 pagantes.
LOCAL – Estádio Allianz Parque, em São Paulo (SP).