O ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT) disse nesta sexta-feira, 25, que a determinação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é que se dê início à reforma tributária como forma para melhorar a qualidade da receita em 2023. Ele participa no período da tarde desta sexta do Almoço Anual de Dirigentes de Bancos da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), representando o presidente Lula.
"A determinação clara do presidente Lula é que nós possamos dar logo no início do próximo governo prioridade total à reforma tributária", disse Haddad.
De acordo com ele, Lula vem tentando realizar a reforma há duas décadas, mas que não houve êxito.
"Me parece que o presidente Lula vai dar prioridade à aprovação da reforma tributária de Appy", declarou, em referência a proposta elaborada pelo economista Bernard Appy. "Na sequência, Lula pretende encaminhar proposta para reformular impostos sobre bens e patrimônio", emendou. Na visão de Haddad, é o "verdadeiro caos" o que acontece no País.
Segundo o ex-ministro, é consenso entre economistas que a qualidade da despesa pública piorou. "Hoje temos orçamento com dificuldade de atingir qualquer objetivo programado", afirmou.
Haddad é um dos nomes cotados para chefiar o Ministério da Fazenda durante o próximo governo de Lula. Como apurou o Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a participação do ex-prefeito de São Paulo no tradicional evento da Febraban pode servir como uma espécie de "teste" do nome do ex-ministro para a pasta.
No entanto, no início de sua apresentação, Haddad fez questão de deixar claro que sua presença no evento é em nome de Lula, que se recupera de uma cirurgia.
O ex-prefeito de São Paulo disse que foi convidado, na terça-feira, 22, para o evento desta sexta, mas não aceitou. No entanto, na quinta, ele foi convidado para representar o presidente eleito. "Vou falar em nome do presidente Lula, não em meu nome", destacou.
Haddad ouviu atentamente as apresentações anteriores do presidente da Febraban, Isaac Sidney, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Na quinta-feira, 24, o Broadcast apurou que é crescente a chance de uma dobradinha entre Haddad e Pérsio Arida, membro da equipe de transição. Neste arranjo, o economista ocuparia a secretaria-executiva da pasta ou o Ministério do Planejamento.
A notícia foi recebida pelo mercado como um sinal positivo, por afastar a chance de uma equipe econômica majoritariamente heterodoxa.