O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, voltou a dizer que não será possível para a instituição de fomento devolver antecipadamente os R$ 130 bilhões da dívida com o Tesouro Nacional. O pedido para a devolução de R$ 50 bilhões este ano, já devolvidos, e de R$ 130 bilhões, em 2018, foi formalizado pelo Ministério da Fazenda, abrindo uma disputa de Rabello com o restante da equipe econômica.
“Os R$ 130 bilhões não cabem, a não ser trancando o banco para novos desembolsos. Tão simples quanto isso, mas isso ninguém quer”, afirmou Rabello, ao deixar almoço promovido pelo Instituto Aço Brasil (IABr) no Rio.
Segundo o executivo, não há data para o início da devolução de 2018. O ritmo de devoluções antecipadas dependerá da demanda por crédito. “Respeitado nosso caixa prudencial e a nossa vontade de desembolsar mais no ano que vem, o caixa do banco se organiza para devolver na hora que for mais útil”, disse Rabello.
O presidente do BNDES afirmou que as consultas para novos empréstimos e as aprovações de novos financiamentos já começaram a se recuperar, sinalizando para a necessidade de desembolsos ao longo do próximo ano.
Por enquanto, os valores liberados atualmente seguem reagindo à demanda por empréstimos no fim de 2016 e início de 2017, por isso, seguem no fundo do poço. Assim como fez há duas semanas, Rabello voltou a estimar os desembolsos de 2017 em R$ 72 bilhões, voltando ao patamar de dez anos atrás.
Questionado sobre os efeitos das eleições nos investimentos, Rabello afirmou que não vê efeito de incerteza política sobre os investimentos. Lançado pré-candidato à Presidência da República pelo PSC, o presidente do BNDES evitou responder se será de fato candidato.