Dezenas de pessoas morreram em um tumulto durante uma festa religiosa no Monte Meron, ao norte de Israel. Segundo o jornal israelense Haaretz, citando o Magen David Adom, o maior serviço de ambulâncias do país, havia 44 mortos e 50 feridos, sendo 20 em estado grave. Mas as autoridades só confirmaram que houve mortes, sem precisar quantas. A estimativa das autoridades é a de que pelo menos 100 mil pessoas participavam do evento.
A imprensa israelense havia informado anteriormente que o tumulto havia ocorrido após uma arquibancada desabar, mas o serviço de resgate disse que a confusão ocorreu porque o local estava superlotado e algumas pessoas escorregaram enquanto desciam uma escada e foram pisoteadas. "Infelizmente, há fatalidades", disse Avi Marcus, diretor da divisão médica de Hatzala, um serviço voluntário de ambulâncias.
O Exército israelense enviou médicos e equipes de busca e resgate juntamente com helicópteros para local. O incidente ocorreu tarde da noite e houve relatos conflitantes. Vídeos que circularam nas redes sociais mostraram um grande número de judeus ultraortodoxos agrupados em espaços apertados. Eles estavam aos pés do Monte Meron para celebrar Lag BaOmer, um feriado judaico em homenagem ao rabino Shimon bar Yochai, que viveu no século 2 e está enterrado lá. Foi a primeira grande reunião religiosa desse tipo a ser realizada legalmente desde Israel suspendeu quase todas as restrições relacionadas à pandemia do novo coronavírus.
O país viu os casos de covid despencarem desde o lançamento de uma das campanhas de vacinação mais bem-sucedidas do mundo no ano passado. Mas as autoridades de saúde disseram ser contra a realização de uma reunião tão grande. Quando as comemorações começaram, porém, o ministro da Segurança Pública, Amir Ohana, o chefe de polícia, Yaakov Shabtai, e outras autoridades acabaram participando do evento.
"Eu tinha acabado de me sentar para comer quando ouvi os gritos. Corremos para ajudar e então vimos os corpos. No início eram cerca de 10. Agora, há muitos mais", disse ao Haaretz uma testemunha que se identificou como Avi e ajudou a socorrer os feridos.
O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, determinou que as autoridades de resgate reforçassem a presença no local. Pelo Twitter, ele disse: "Estamos orando pela recuperação dos feridos". O presidente Reuven Rivlin também prestou condolências.
Testemunhas disseram que perceberam que pessoas acabaram asfixiadas ou pisoteadas. "Ninguém imaginava que isso pudesse acontecer aqui. Alegria se tornou luto, uma grande luz se tornou uma escuridão profunda", afirmou um peregrino que se identificou como Yitzhak à emissora local Canal 12.
A festa no Monte Meron foi proibida no ano passado por causa das restrições impostas pelas autoridades para evitar a propagação do coronavírus.
A polícia informou ao Haaretz que iniciou uma investigação sobre o incidente. Algumas testemunhas disseram ao jornal isralense que policiais acabaram aumentando o tumulto ao não deixar que as pessoas se dispersassem logo após o início do tumulto, o que a corporação nega.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>