O déficit comercial de produtos químicos nos cinco primeiros meses de 2023 foi 16,3% menor do que o registrado em igual período de 2022, informou nesta terça-feira, 13, a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). Entre janeiro e maio deste ano, o saldo negativo foi de US$ 19,6 bilhões, resultado de US$ 25,9 bilhões de importações e US$ 6,3 bilhões de exportações.
Em nota, a entidade destaca que apesar da redução no déficit no acumulado do ano de 2023, a quantidade de resinas termoplásticas, de fibras sintéticas e de produtos químicos diversos aumentaram significativamente, com respectivos avanços de 31,5%, 20,8% e 5%. Segundo a Abiquim, são grupos estratégicos que podem ameaçar a fabricação nacional.
O déficit se dá no contexto das crescentes dificuldades comerciais com a Argentina, principal parceiro comercial brasileiro em produtos químicos. Problemas com a autorização de operações e de recebimento de pagamentos têm ocorrido.
A Diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, também aponta como empecilhos a retirada do Regime Especial da Indústria Química (Reiq), que oferecia incentivos tributários à indústria local, e as menores alíquotas de importação sobre resinas termoplásticas inseridas na Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum (Letec).
"A retirada do REIQ e os cortes tarifários, agravados pelas reduções na LETEC para resinas termoplásticas, foram particularmente sentidos por grupos estratégicos de produtos químicos, o que resultou em importantes aumentos de ociosidade das suas capacidades instaladas", afirma Fátima. "Contudo, uma oportunidade de transformar esse cenário está refletida no andamento do Programa Gás para Empregar, anunciado pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que pode tornar o Brasil mais competitivo", complementa.
Em relação aos últimos doze meses, entre junho de 2022 e maio de 2023, o déficit comercial para produtos químicos foi de US$ 59,1 bilhões.