O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, apontou nesta segunda-feira, 29, que o déficit primário registrado no setor público consolidado em junho apresentou uma redução de 16,4% frente ao mesmo mês do ano passado, quando o valor ficou negativo em R$ 48,899 bilhões, contra R$ 40,873 bilhões do mês passado. Isolando apenas o resultado primário do governo central, o rombo também foi menor, em 13,5%. Em junho deste ano, o déficit ficou em R$ 40,188 bilhões.
Rocha destacou que essa melhora foi resultado de um avanço real (5,8%) da receita líquida, contra uma quase estabilidade nas despesas. Nos gastos, dois fatores contrabalancearam o número final. Enquanto a alteração do cronograma de pagamentos da antecipação do 13º salário reduziu as despesas na comparação interanual, houve um crescimento de gastos discricionários no mês.
O técnico do BC ainda observou que essa redução no déficit de junho foi distribuída entre os dados dos governos central e regionais – esses tiveram resultado primário positivo de R$ 1,057 bilhão em junho.
Por outro lado, a alta do déficit do setor público no acumulado do primeiro semestre de 2024 foi puxada pelo governo central, destacou Rocha. O rombo do setor público consolidado de janeiro a junho ficou em R$ 43,448 bilhão. O resultado do governo central foi deficitário em R$ 70,640 bilhões. Enquanto o governo federal apresentou superávit de R$ 127,851 bilhões no acumulado, o rombo com o INSS foi de R$ 198,221 bilhões.