Neste sábado, 15 de outubro, é celebrado o Dia dos Professores. Apesar de ser uma das profissões mais importantes da sociedade, a carreira docente no Brasil nos últimos anos tem o desafio em engajar novos profissionais. Um deles, que dá aula de história da Escola Estadual Marechal Carlos Machado Bitencourt, na Ponte Grande, Bruno de Jesus tinha o desejo no Ensino Médio de trabalhar com uma professora a qual admirava. O objetivo foi alcançado.
“Ouvi falar muito de uma professora que geria os projetos, orientava atividades do Grêmio Estudantil, realizava passeios, entre outras ações. De imediato quis conhecê-la, e quando a encontrei pelos corredores da escola, sem pensar, perguntei: – “Prô, posso fazer parte do seu grupão?”, e daí em diante fui envolvido de forma integral nos projetos da escola […] Quando conclui o ensino médio, a mesma professora me incentivou a iniciar a licenciatura. Meus pais, de imediato, me apoiaram e tive a oportunidade de começar a engatinhar naquela que, hoje, é a profissão em que tenho orgulho de realizar”, conta a professora Sheila Monteiro de Sousa.
Hoje, o ex-aluno Bruno, além de colega de profissão, trabalha junto da professora do ensino médio, na Escola Estadual Louis Braille, onde ela é diretora e ele atua como professor de apoio à tecnologia e inovação (Proatec). “Quando a minha missão de professora inspira outro alguém e o incentiva a percorrer os mesmos passos, me sinto feliz e apreensiva ao mesmo tempo com o tamanho da responsabilidade que é inspirar alguém. Mas, como a profissão de professor é dádiva à humanidade, o sentimento é de dever cumprido e realização profissional”, afirma Sheila.
O jovem de 26 anos encontra-se realizado na profissão. “Vejo a minha vida ter sentido a cada aula dada, caderno corrigido, conversa com os alunos, e por isso, penso que todo jovem que tem o desejo de ser professor deve ser incentivado”, finaliza Bruno.
Perfil dos professores da rede estadual de São Paulo
A rede estadual de São Paulo conta com 220 mil profissionais atuando nas salas de aula (cerca de 186 mil professores naturais do próprio estado). O restante é composto por profissionais dos demais 25 estados brasileiros, além do Distrito Federal. Os estados vizinhos, Minas Gerais e Paraná, possuem 8,2 mil e 6,2 profissionais atuando respectivamente. Fechando o top 5, Bahia, com mais de 6 mil e Pernambuco com 3,4 mil integram o quadro.
A maioria dos docentes de São Paulo são mulheres, mais de 158 mil contra 64,4 mil homens, sendo a média de idade 50 e 40 anos respectivamente, deixando a média geral do estado em 45 anos.
Sobre a Nova Carreira
Com intuito de atrair novos talentos e valorizar a profissão a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) implementou a Nova Carreira Docente que oferece salários iniciais de R$ 5 e 7 mil reais, para jornadas de 40h, sendo o maior em escolas do Programa de Ensino Integral (PEI), 30% maior que o piso nacional bruto. Atualmente, na rede estadual, menos de 17 mil professores têm até 29 anos, cerca de 7,7%.
O processo de adesão à Nova Carreira se iniciou em junho e, até o momento, cerca de 100 mil professores passaram a se enquadrar no modelo. Com base na Lei Complementar nº 1.374, os docentes que desejarem mudar de carreira terão até junho de 2024 para fazer realizar a solicitação, que é feita de forma online através da Secretaria Escolar Digital (SED).
Centrado na prática docente, o novo modelo, além de propor valorização, por meio da atualização da tabela de referências salariais, também valoriza títulos acadêmicos e estabelece avaliações por desempenho e desenvolvimento por meio de evoluções funcionais com interstícios de 2 anos.