A Prefeitura de Diadema, na região do ABC, lançou uma força-tarefa para tentar reduzir os impactos da greve de garis que atinge 130 municípios do Estado desde o início da semana. O município está utilizando três caminhões para fazer a coleta de lixo domiciliar nos bairros de Piraporinha, Nogueira e Serraria e também no centro.
Somente nesta quarta-feira, 25, foram recolhidas 8,4 toneladas de lixo domiciliar. A quantidade, no entanto, é muito inferior ao que a cidade produz diariamente de lixo domiciliar: 230 toneladas.
Além dos bairros mencionados, o governo municipal também informou estar coletando o lixo gerado por unidades de saúde, como o Hospital Municipal de Diadema e o Hospital Estadual de Serraria.
Na noite de quarta-feira, 25, moradores da Rua Afonso Pena, no Jardim Promissão, protestaram contra a situação jogando sacos de lixo na via pública. A Prefeitura informou que o material já foi recolhido na manhã desta quinta-feira, 26.
A Prefeitura de Diadema informou que nenhum profissional de limpeza urbana estaria trabalhando na cidade, em decorrência da greve. Mas a Federação dos Trabalhadores em Serviços, Asseio e Conservação Ambiental, Urbana e Áreas Verdes do Estado de São Paulo (Femaco) nega essa informação e indica que 70% dos profissionais estão trabalhando, conforme determinação da Justiça.
O taxista Josimar Silva, de 45 anos, trabalha em um ponto no centro da cidade. Ele diz que os montes de sacos de lixo ainda estão organizados, mas vêm crescendo a cada dia. “Só aqui no miolinho do centro, na Praça Padre Agostinho Bertoli, tem quatro volumes grandes de sacos pretos. Em quase toda a esquina tem algo assim. Existe um bem próximo do nosso abrigo que já está com mau cheiro. Ele tem uns três metros quadrados.”
Greve
Cerca de 30 mil trabalhadores de coleta urbana de lixo estão em greve há quatro dias em 130 cidades de todo o Estado. Algumas das cidades afetadas são Guarulhos, Osasco, além de municípios do ABC, na Grande São Paulo, como Diadema.
Os garis lutam por reajuste salarial de 11,73%, ao passo que a entidade patronal que representa as empresas de coleta, o Sindicato das Empresas Urbanas de São Paulo (Selur), quer dar um amento de apenas 7,68%.
A Femaco informou que uma audiência de conciliação entre as partes no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) na terça-feira, 24, terminou sem avanços. “Sem acordo, os trabalhadores seguem para o terceiro dia de greve”, informa nota da entidade.