Estadão

Difícil dizer se decisões divididas serão mais comuns daqui para a frente, afirma diretor do BC

O diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Diogo Guillen, disse nesta quinta-feira que é difícil antecipar se a divisão dentro do Comitê de Política Monetária (Copom) continuará nas próximas decisões do colegiado. Segundo ele, houve muito barulho em relação à ultima reunião do Copom, quando os diretores indicados pelo governo votaram por um corte maior dos juros.

Conforme o diretor, o BC buscou ser transparente em sua comunicação, inclusive na ata, sobre as razões que embasaram os votos da última reunião, que terminou com redução no ritmo de cortes de juros.

Guillen considerou que é importante haver visões diferentes no Copom, porém evitou opinar se o dissenso marcará as próximas reuniões.

"Difícil dizer se as decisões divididas serão mais comuns daqui para a frente", comentou o diretor do BC durante palestra em seminário promovido pelo Centro Europeu de Economia e Finanças.

<b>PIB potencial</b>

Guillen disse ainda que a visão da autarquia sobre o potencial de crescimento da economia não incorporou diretamente os efeitos das reformas.

Apesar disso, ele demonstrou concordar com a ideia de que as reformas estruturais dos últimos oito anos, como a trabalhista e a da Previdência, contribuíram para melhorar o PIB potencial.

Durante a palestra, Guillen disse também que o BC vai atualizar a estimativa sobre o juro neutro, mas não com alta frequência.

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