A presidente Dilma Rousseff destacou em seu discurso na Cúpula das Américas, no Panamá, a importância da educação no Brasil e na América Latina como “uma das principais alavancas” para romper o ciclo da desigualdade e promover o desenvolvimento da região. A presidente citou a educação em todos os níveis, da creche à pós-graduação, e lembrou que o Brasil e outros países latino-americanos enfrentam o desafio de dar sustentabilidade à iniciativa de tirar milhões de pessoas da miséria.
Dilma falou também sobre o combate à discriminação por orientação e identidade de gênero e do combate ao tráfico de drogas, que, segundo ela, deve unir repressão e prevenção. O discurso tratou ainda de inovação, argumentando que os países da região são ricos em recursos naturais e produtores de commodities, mas também são capazes de participar do ciclo de inovação do século 21.
Ainda falando sobre a conjuntura atual, Dilma disse que o século 21 requer um novo foco sobre imigração, com um olhar para os direitos dos migrantes. Ela mencionou o crescente fluxo migratório entre países em desenvolvimento e disse ser papel dos governantes garantir condições de trabalho decente. Dilma afirmou ser importante que o continente siga no sentido oposto ao da xenofobia e da intolerância.
A presidente falou ainda sobre mudanças climáticas e a importância de se avançar em acordos internacionais para evitar a aceleração de desastres naturais. Dilma se solidarizou com a presidente chilena, Michelle Bachelet, pelos desastres que o país tem enfrentado. O Chile vem sofrendo com inundações, em especial na região norte. A edição de 2016 da tradicional competição off-road Rally Dakar não poderá passar pelo Chile por conta das catástrofes.
Dilma citou também a seca sem precedentes por que passa a Região Sudeste do Brasil, como outro exemplo da necessidade de se chegar a um acordo climático “ambicioso, equilibrado e vinculante”, que equilibre o crescimento econômico e a proteção do meio ambiente. E encerrou sua fala dizendo que a cúpula acontece em uma nova era das relações hemisféricas, em que é uma exigência conviver com diferentes visões de mundo. “É nosso desafio fazer com que a régua pela qual nos medimos seja a régua pela qual medimos os demais. Não podemos achar que somos superiores ou inferiores”, afirmou a presidente.
Segundo a presidente, a geografia colocou a América separada do resto do mundo por dois oceanos – Atlântico e Pacífico – e, portanto, “estamos neste imenso e mesmo barco”. “É nossa responsabilidade fazer deste um século de paz”, disse Dilma.