A preocupação com projetos que podem ser votados no Congresso nesta quarta-feira, 24, fez com que a presidente Dilma Rousseff cancelasse uma viagem ao Rio e decidisse permanecer em Brasília durante o dia. Ela quer monitorar de perto os desdobramentos de duas votações importantes que podem trazer impactos para as contas públicas.
No Senado, preocupa a presidente o projeto que desobriga a Petrobras de ser a operadora única e ter participação mínima de 30% na exploração da camada do pré-sal. De autoria do senador José Serra (PSDB-SP), a proposta tem o apoio do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Dilma, no entanto, tem dado sinais contraditórios sobre o que pensa da matéria. A princípio, ela era contra, mas diante da situação financeira da Petrobras, ela já teria sinalizado a interlocutores que a mudança poderia ser bem-vinda.
Na Câmara, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), começa nesta quarta-feira sua retaliação ao governo pela derrota do seu candidato a líder do PMDB na semana passada. Ele programou a votação de uma “pauta-bomba”, com impacto de R$ 207,1 bilhões. Se aprovada, “PEC da Saúde” vai obrigar a União a destinar um mínimo de 15% da Receita Corrente Líquida (RCL) à saúde.
A previsão inicial era que Dilma visitasse, nesta quarta-feira, a Fundação Oswaldo Cruz-Fiocruz ao lado da diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, que está em visita oficial ao Brasil. Na agenda da presidente, a viagem ao Rio foi substituída por uma reunião com o ministro-chefe da Casa Civil, às 15h.