A presidente e candidata è reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, afirmou nesta segunda-feira que é “estarrecedor” o fato de um funcionário de carreira da Petrobras, no caso o ex-diretor Paulo Roberto Costa, ter declarado estar envolvido em corrupção dentro da estatal. Questionada se seu tempo na cúpula da Petrobras havia permitido a Dilma identificar suspeitas de irregularidades, Dilma disse que em “nenhum momento”. “É interessante que a gente lembre que esse diretor é um quadro de carreira, o que é mais estarrecedor”, disse, durante a série Entrevistas Estadão, realizada no Palácio da Alvorada.
Segundo Dilma, as denúncias envolvendo a Petrobras “não têm a ver com gestão”. “É de fato surpreendente que ele faça isso. Não é típico dos quadros da Petrobras”, afirmou. A presidente voltou a afirmar que é preciso fortalecer as instituições, como a Polícia Federal, pois é ela que investiga, inclusive a Petrobras. “Tivemos uma série de investimentos no sentido de fortalecer as instituições, demos autonomia para a PF”, afirmou.
Dilma disse ainda que acredita que só é possível acabar com a corrupção no Brasil “se acabar a impunidade”. “A impunidade é o câncer que corrói e deixa a corrupção permanecer sistematicamente”, disse. Ao comentar o atraso da regulamentação da Lei anti-corrupção, Dilma afirmou que, para que ela seja regulamentada, é preciso “descer a detalhes mais complexos do que estão na lei”.
Já participaram da série de entrevistas os candidatos Aécio Neves (PSDB), Marina Silva (PSB), Pastor Everaldo (PSC), Eduardo Jorge (PV), Luciana Genro (PSOL). Além dos candidatos à Presidência da República, a série Entrevistas Estadão já recebeu os principais candidatos a governador de São Paulo e concorrentes ao Senado pelo Estado. Nesta semana também serão entrevistados candidatos a vice-presidente.