A presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira que o que está em jogo nessa campanha eleitoral é se o País vai “continuar avançando ou se teremos retrocesso”, ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para uma plateia de cerca de três mil pessoas, durante ato que sela o apoio de lideranças das seis maiores centrais sindicais do País a sua candidatura, no ginásio da Portuguesa, em São Paulo.
Dilma afirmou que a eleição é “um momento especial” para o País e que “mais uma vez no Brasil projetos diferentes se confrontam”. “Eu represento um projeto, que nós todos ajudamos a eleger, é um projeto especial que deu ao Brasil presente e futuro”, afirmou. Segundo a presidente, o projeto de governo do PT mostrou que era possível garantir a estabilidade do País e “distribuir riqueza e incluir socialmente nossa população”. “Isso nós mostramos na prática, nós fizemos isso sistematicamente”, afirmou.
A presidente disse que seu governo, assim como o de Lula, garantiu que os trabalhadores não iriam mais “carregar nas costas” eventuais problemas econômicos. Dilma voltou a citar que o governo tucano recorreu ao Fundo Monetário Internacional (FMI). “Eles quebraram o Brasil três vezes, por três vezes eles levaram o Brasil ao FMI. Nós fomos lá e pagamos o FMI”, disse.
A petista usou o discurso para defender a sua política econômica e criticou os tucanos. “Eles (PSDB) elevaram a inflação à estratosfera antes de entregar para nós o governo. Eles levaram o Brasil ao desemprego e ao arrocho salarial.” Segundo a presidente, o governo do PT abandonou o legado de controlar a inflação por meio dos salários. “Nós conseguimos fazer o País tomar outro rumo”, afirmou. Estão presentes no ato o presidente nacional do PT, Rui Falcão; o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante; o coordenador da campanha de Dilma em São Paulo e prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho; o senador e candidato à reeleição, Eduardo Suplicy; e o candidato ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha.
Apoio das centrais
Coube ao presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner de Freitas, o discurso mais duro do evento. Assim como outros dirigentes, ele disse que a classe trabalhadora não quer retrocessos. “Não é privilegio que nós queremos, não queremos fazer enfrentamento na rua contra o patrão, mas queremos condições iguais para fazer luta de classe”, disse. Segundo ele, como o mercado de trabalho está aquecido e a inflação controlada, os sindicalistas têm mais força. Para Freitas, com essa situação, os trabalhadores conseguem “na greve e na porrada” conseguir manter os direitos conquistados.
O presidente da CUT também fez críticas diretas aos adversários da presidente Dilma, o tucano Aécio Neves e Eduardo Campos (PSB). Segundo ele, os dois oposicionistas não pensam nos trabalhadores. “Se eleger Aécio ou Eduardo eles vão jogar fora a política de valorização do salário mínimo”, afirmou. “É por isso que eu sou Dilma. Não é por conta dela, é por conta de um projeto”, completou. Freitas também disse que ainda há muito a ser realizado e fez cobranças tradicionais da categoria, como o fim do fator previdenciário e a redução de jornada.
As centrais sindicais entregaram a Dilma um documento com cobrança de novos compromissos do governo com a classe trabalhadora. O documento é assinado pelos presidentes da CUT, UGT, CTB, NCST, CSB e pelo secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves. Segunda maior central do País, a Força, com 1,1 mil sindicatos e quase 5 milhões de trabalhadores associados, está dividida: o atual presidente da central e o líder da entidade, o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (SDD), declarou apoio ao candidato tucano Aécio Neves.
Além da Força, a UGT e a CTB também têm desenhos distintos. Seus presidentes estão com Dilma, mas integrantes das duas cúpulas estão com Eduardo Campos e Marina Silva, ambos do PSB. Já na Nova Central (NCST) o apoio da direção está dividido entre os três principais candidatos (Dilma, Aécio e Eduardo Campos).
Assinam o documento o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, da Nova Central (NCST), José Calixto, da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antônio Neto, e João Carlos Gonçalves, o número 2 da Força Sindical.