A assessoria de imprensa da ex-presidente Dilma Rousseff nega que nenhuma iniciativa para a reinstalação dos equipamentos de segurança tenha sido tomada. Em 2012, segundo a equipe de Dilma, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) abriu licitação para um novo sistema de segurança, mas em 2014 a disputa foi anulada “por considerar que alguns itens de fornecimento estavam acima do preço de mercado”. Após essa decisão, nova licitação foi aberta pela presidência que segue até o momento.
Os comentários da assessoria de Dilma vieram como resposta a falas do ministro-chefe do GSI e comandante da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), general Sergio Etchegoyen. Em entrevista à revista Veja, ele afirmou que não há câmeras de segurança no Palácio do Planalto desde 2009.
“Não existem câmeras de segurança aqui dentro. Nenhuma. Na reforma que foi feita em 2009, no governo Lula, as câmeras foram todas retiradas”, disse o ministro. “Depois, impediram que fossem recolocadas. O palácio passou anos em que, convenientemente, não se registrou nada”, acrescentou Etchegoyen.
Questionado sobre essa “conveniência”, ele afirmou que recebe de vez em quando pedidos da Justiça para “mostrar as imagens de fulano, mas não tem ninguém”. Disse ainda não saber se a “decisão de retirar as câmeras foi para obstruir a Justiça, mas pode ter sido para evitar esse registros”.
A Veja ressaltou que, no inquérito que apura se a ex-presidente Dilma Rousseff agiu no Planalto para obstruir a Lava Jato, a Procuradoria pediu as imagens. “Mas não tem câmera, então não tem imagem”, respondeu o ministro.
O general Sergio Etchegoyen respondeu positivamente quando perguntado se achava que as câmeras foram retiradas propositalmente. “Acho que sim. A situação era de descontrole”, apontou. Atualmente, entretanto, ele disse que está sendo feita uma licitação para instalar novas câmeras de segurança.
O Gabinete de Segurança Institucional confirmou que as câmeras foram retiradas e diz que “está em execução o planejamento” de um novo sistema de supervisão com equipamentos de vigilância no Palácio do Planalto e outras instalações ligadas à Presidência da República, como o Palácio da Alvorada e a Granja do Torto. O sistema deve estar em operação até o fim do ano.