Oficialmente, Dilma Rousseff conta com 39 ministérios, criados para garantir ao seu redor uma série de partidos e políticos que só querem se beneficiar do poder. No entanto, o ministério que mais trabalha atualmente é um que não existe no papel, mas que está enraizado em toda estrutura do Planalto: o da propaganda mentirosa. Esse não tem um titular. São vários. São os companheiros que rezam a cartilha da perpetuação no poder máximo.
Assim, mais vale fazer propaganda, mesmo que mentirosa, do que realizar. Exemplos não faltam. O mais recente dá conta da erradicação da miséria no país, um tema que o PT enche a boca para falar, mas que realiza muito menos do que deveria. Mesmo porque erradicar a miséria, mais do que distribuir bolsas, passa necessariamente pela Educação, coisa que os governos do PT se negam a realizar, tanto que o Brasil ostenta índices parecidos com os dos países mais subdesenvolvidos da África.
No último domingo, a Folha de S. Paulo trouxe a farsa construída pelo PT sobre a erradicação da miséria. A reportagem revela que “indicador defasado esconde 22 milhões de miseráveis do país”. Segundo o jornal, baseado em dados do próprio governo, Dilma definiu a linha da miséria em R$ 70 per capita desde junho de 2011, sem corrigir o valor pela inflação. Desde então, os preços subiram em média 10,8%, segundo cálculo pelo IPCA. Desta forma, o número de miseráveis reconhecidos em cadastro pelo governo subiria de zero para ao menos 22,3 milhões caso a renda usada oficialmente para definir a indigência fosse corrigida pela inflação.
Também chama a atenção o fato de que, mesmo se prevalecendo das mentiras e da distribuição de ministérios aos aliados, Dilma vive com a faca no pescoço, sofrendo muito com o fogo amigo. Na semana passada, para conseguir aprovar a MP dos Portos, que a propaganda diz que servirá para modernizar o sistema portuário, o governo federal precisou abrir os cofres para liberar emendas de parlamentares aliados. Mesmo assim, a Medida Provisória só conseguiu ser aprovada pelo Congresso Federal aos 47 minutos do segundo tempo a duras penas, demonstrando a fragilidade da tal base governista, tratada a pão de ló pelo governo petista.
Na contramão da mentiragem enraizada no governo federal, o PSDB – o maior partido de oposição e o verdadeiro responsável pelas grandes mudanças que o Brasil viveu em sua história recente – escolheu no último sábado seu novo presidente, durante convenção nacional, realizada em Brasília. O senador Aécio Neves surge com o compromisso de garantir uma nova mudança de rumos, para tirar o Brasil – como ele afirmou em seu discurso – das garras do PT.
Passa da hora de reviver os tempos de Fernando Henrique Cardoso, o grande responsável pelo efetivo combate à inflação, agora de volta devido à incompetência das administrações do PT. Apesar de Lula alardear ter sido o pai do bolsa família, os programas sociais – sempre ligados à Educação – foram idealizados e colocados em prática primeiro nos governos do PSDB. Já Dilma, em seus mais de dois anos como presidente, tem como marcas apenas o Pibinho, a falta de investimentos em infraestrutura e a volta da inflação. Ou seja, o ministério oculto da propaganda mentirosa, o 40º, terá ainda muito trabalho pela frente.
*Carlos Roberto é deputado federal, presidente da subcomissão de monitoramento dos mecanismos de financiamento dos bancos públicos de fomento, com destaque ao BNDES, e industrial.