A ex-presidente do Brasil Dilma Rousseff tomou posse nesta quinta-feira, 13, na presidência do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês), o chamado banco dos Brics – grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A cerimônia aconteceu em Xangai, na China, com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
No discurso de posse, Dilma destacou o compromisso do banco na mobilização de recursos para investimentos em "energia limpa e eficiente, infraestrutura de transporte, água e saneamento, proteção ambiental, infraestrutura social e infraestrutura digital".
A nova chefe do NDB também destacou o combate à pobreza, a superação das desigualdades e a promoção do desenvolvimento compartilhado entre os países-membros como metas de sua gestão.
"Vamos desenvolver modelos de financiamento inovadores, capazes de alavancar recursos públicos e privados para obter o máximo impacto. Captaremos recursos dos mais diversos mercados mundiais, em diferentes moedas, com renminbi e euro. Buscaremos financiar nossos projetos em moedas locais, privilegiando os mercados domésticos e diminuindo a exposição às variações cambiais. Nosso objetivo é construir alternativas financeiras robustas para os países-membros", afirmou Dilma.
A presidente do NDB também disse que a instituição não pode agir sozinha. "Queremos buscar reconstruir parcerias com os bancos nacionais de desenvolvimento", afirmou, mencionando o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como exemplo.
Segundo Dilma, o NDB vai dar "grande prioridade" ao levantamento de fundos próprios para o financiamento de projetos. O banco, segundo a ex-presidente do Brasil, está em uma "posição única para liderar o caminho ao modelo de desenvolvimento de um mundo próspero", respeitando as características de cada país.
Os integrantes do Brics somam população de 3 bilhões de pessoas e Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 25 trilhões.
Dilma disse ter uma forte conexão com o NDB, pois o banco foi criado em um encontro dos líderes do Brics em Fortaleza, em 2014, durante seu primeiro mandato à frente do Brasil. "Com o presidente Lula, o Brasil reassume papel decisivo como líder regional e global", disse.