Após 18 dias de guerra, um acordo mínimo entre russos e ucranianos parecia mais próximo neste domingo, 13. Um representante russo, Leonid Slutski, chefe da Comissão de Assuntos Internacionais do Parlamento da Rússia, disse que as negociações avançaram e uma "posição conjunta" deveria sair em breve. "Esse progresso pode se tornar nos próximos dias uma posição conjunta, em documentos para assinatura", afirmou Slutski.
Mykhailo Podolyak, negociador ucraniano, também demonstrou otimismo e disse que resultados podem ser alcançados em questão de dias. "Não vamos ceder, em princípio, em nenhuma posição. A Rússia agora entende isso e já começa a falar de forma construtiva. Acho que alcançaremos alguns resultados em questão de dias", afirmou.
<b>Mudança</b>
O possível avanço no campo diplomático também foi corroborado pela vice-secretária de Estado dos EUA, Wendy Sherman – a número dois da diplomacia americana. Em entrevista ontem ao programa Fox News Sunday, ela disse que, pela primeira vez, diplomatas russos começaram a demonstrar disposição de ter "negociações reais e sérias" para acabar com a guerra na Ucrânia. De acordo com Sherman, a mudança de atitude, em parte, ocorreu em razão das sanções internacionais impostas à economia da Rússia nas últimas semanas. A diplomata, no entanto, foi cautelosa sobre o fim das ações militares e advertiu que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, não pretende suspender suas operações na Ucrânia. "A pressão sobre Putin está começando a surtir algum efeito. Estamos vendo alguns sinais de negociações sérias e reais. Mas devo dizer que, até agora, parece que ele pretende destruir a Ucrânia", disse Sherman.
Apesar de nenhum dos dois lados ter indicado qual seria o tamanho do avanço ou o que pode ser um acordo, as declarações, que ocorreram basicamente ao mesmo tempo, são os balanços mais otimistas até agora das negociações, que até então não haviam apresentado nenhum resultado concreto.
Em entrevista no sábado, 12, o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, já havia revelado mudanças significativas nas negociações entre Ucrânia e Rússia, afirmando "estar feliz" por perceber "passos positivos" nas últimas conversas entre diplomatas dos dois países,
"A Federação Russa nos deu ultimatos desde o início que não aceitamos" disse Zelenski. "Agora, eles começaram a falar sobre alguma coisa, não apenas lançando ultimatos. É um enfoque fundamentalmente diferente."
<b>Pressão</b>
Ontem, em uma nova tentativa de aumentar a pressão sobre a Rússia, Zelenski pediu que Microsoft, Oracle e SAP parem de oferecer suporte a seus contratos e produtos no país. A Microsoft já havia parado de aceitar novos clientes, mas Zelenski disse que medidas como essa eram insuficientes, já que não afetavam as relações comerciais com os consumidores antigos. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>