O diretório nacional do PSB decidiu nesta terça-feira, 26, fechar questão para obrigar os deputados do partido a votarem na Câmara pela aceitação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A direção da legenda também decidiu obrigar a liderança da sigla na Casa a trocar os parlamentares do partido que integram a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e que votaram pela derrubada da primeira denúncia contra o presidente.
O comando do PSB tomou a decisão após ser provocado por deputados da ala do partido que é favorável à aceitação da denúncia contra Temer. Um dos integrantes desse grupo, o deputado Júlio Delgado (MG) disse ter entregado à direção da legenda um documento com a solicitação, com assinaturas de apoio de 22 dos 36 deputados da sigla. O pedido foi, então, submetido à executiva nacional, que decidiu por 67 votos a 1 atender à reivindicação dos parlamentares.
Atualmente, dos 66 membros titulares da CCJ, quatro são do PSB. São eles: Danilo Forte (CE), Fábio Garcia (MT), Julio Delgado (MG) e Tadeu Alencar (PE). Segundo Delgado, a direção do partido obrigará a líder da sigla, deputada Tereza Cristina (MS), a substituir Forte e Garcia, que votaram a favor de Temer na primeira denúncia. Eles devem ser substituídos por Danilo Cabral (PE) e Gonzaga Patriota (PE), atualmente suplentes da comissão e que votaram pela aceitação da primeira denúncia no plenário da Câmara.
Nessa segunda-feira, 25, Forte chegou a pedir para deixar o posto de vice-líder do governo na Câmara. Ele e Garcia são alguns dos parlamentares do PSB que negociam filiação ao DEM e que têm criticado a ofensiva do PMDB aos pessebistas que articulam a migração para a legenda do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ). No ofício em que pediu para deixar o posto, o deputado cearense disse que precisava de “isenção” para analisar a denúncia, já que era membro da CCJ.
Na primeira denúncia contra Temer, o PSB também fechou questão para obrigar seus parlamentares a votarem pela abertura de investigação contra o presidente. Apesar do fechamento, 11 deputados da legenda votaram a favor de Temer, ou seja, para barrar a denúncia, entre eles, a própria líder da sigla na Câmara. A maioria (22 deputados), porém, votou pela aceitação da acusação. Os outros se ausentaram da votação.