Um dos alvos da Operação Abismo, 31ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada na segunda-feira, 4, se entregou nesta terça-feira à Polícia Federal, em Curitiba. A pedido da Procuradoria da República, o juiz federal Sérgio Moro expediu mandado de prisão temporária (válida por 5 dias) contra o diretor da Construbase Genesio Schiavinato da Silva Júnior.
O ex-vereador do PT em Americana Alexandre Romano, um dos delatores da Lava Jato, apontou Schiavinato Júnior “como contato na Construbase para os acertos referentes a transferências de valores dissimuladas por contratos falsos ou superfaturados” ao ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira.
O executivo da Construbase também é apontado pelo dono da Carioca Engenharia, Ricardo Pernambuco Júnior, e pelo executivo da empreiteira Luiz Fernando dos Santos “como representante da Construbase nos acertos ilícitos envolvendo fraude à licitação para a obra vencida pelo Consórcio Novo Cenpes”.
Segundo a Procuradoria da República, o esquema envolveu diversas empresas que pagaram mais de R$ 39 milhões em vantagens indevidas para empresa participante do certame, para Diretoria de Serviços e para o PT.
Com base nas investigações e também em uma das delações, a do ex-gerente de Engenharia da Diretoria de Serviços Pedro José Barusco, a força-tarefa da Operação Abismo constatou que a divisão ocorreu assim: dos R$ 39 milhões de propinas no Cenpes, R$ 18 milhões foram para a WTorre, R$ 4 milhões para os ex-funcionários da Petrobras Renato Duque e Pedro Barusco e R$ 16 milhões para a Diretoria de Serviços da estatal de petróleo.
Desses R$ 16 milhões, R$ 8 milhões foram destinados ao PT e R$ 1 milhão para Paulo Ferreira – parte ele usou para pagamento de blogs, serviços de internet e para até para uma escola de samba.
A reportagem ligou para o escritório do advogado Fernando José da Costa, que representa Genésio Schiavinato Júnior, mas foi informada que defensor estava no Paraná. O espaço está aberto para manifestação da defesa.