A ausência de uma provisão para gastos futuros por conta do acidente com a Samarco no balanço da Vale de 2015 reflete a dificuldade da companhia em mensurar a extensão dos danos com o acidente na controlada, disse nesta quinta-feira, 25, o diretor executivo de Finanças da Vale, Luciano Siani.
“As estimativas de gastos com remediação e compensação na Samarco são muito fluidas ainda. Não está clara a extensão dos danos (com a Samarco)”, disse Siani, lembrando que a empresa contratou a consultoria internacional Golden Associates para fazer essa análise.
A Samarco, disse Siani, reconhece uma provisão no seu balanço, mas saber se é definitiva e se vai sobrar responsabilidade para as acionistas “está no ramo das possibilidades”. Siani preferiu não fazer comentários sobre os estudos para a retomada das operações da Samarco antes do fechamento do acordo com a União e os Estados de Minas e Espírito Santo para a mitigação dos impactos da tragédia. O presidente da Vale, Murilo Ferreira, foi participar de uma reunião em Brasília com o grupo de trabalho que estuda o acerto.
“Não vou cometer a indelicadeza de atropelar os fatos. O melhor caminho é o do diálogo, não nos interessa briga judicial”, afirmou.