O diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Diogo Guillen, disse que o cenário prospectivo para a inflação está mais desafiador. Também informou que a autarquia está tentando entender os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul sobre a inflação.
Durante palestra em seminário promovido pelo Centro Europeu de Economia e Finanças, Guillen ressaltou que há muita incerteza na perspectiva para a inflação, que, após surpreender para cima nos primeiros meses do ano, mostrou uma composição melhor nas últimas medições.
"O cenário prospectivo para a inflação está mais desafiador", declarou o diretor do BC, observando que a inflação de serviços – rodando acima de 6% nos setores intensivos em trabalho – tem desacelerado em ritmo menor. Por outro lado, comparou, os bens industriais têm mostrado comportamento bastante benigno.
Conforme Guillen, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) foi transparente ao falar da relevância das expectativas de inflação para o BC, assim como sobre o compromisso unânime dos diretores em ancorar as expectativas do mercado.
Embora não exista, desde junho do ano passado, incerteza sobre a meta de inflação, mantida em 3% apesar das pressões, Guillen chamou a atenção ao fato de que nas últimas semanas houve um aumento nas expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2025 e 2026.