O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) Adriano Pires defendeu nesta terça-feira, 30, a aprovação da proposta do senador José Serra (PSDB-SP) que desobriga a Petrobras de ser operadora única e ter participação mínima de 30% na exploração do pré-sal como forma de gerar recursos e retirar a estatal da grave crise financeira por que passa.
Em audiência pública no plenário do Senado, Adriano Pires disse que a retirada das obrigações da Petrobras não significa enfraquecê-la. Ao contrário, destacou, a companhia vai se fortalecer frente ao atual momento, em que o barril de petróleo está em cerca de US$ 60 e a empresa está numa situação econômica e financeira muito difícil.
Segundo o diretor do (CBIE), a estatal tem uma dívida da ordem de R$ 400 bilhões e que a missão da petrolífera nos próximos cinco anos é reduzir o estoque o débito. “A empresa, tendo essas obrigações, ela não pode arcar com mais obrigações, ela tem que ela resolver esses problemas”, afirmou.
Pires citou a revisão do plano de negócios da Petrobras divulgado ontem entre 2015 e 2019. Segundo ele, os investimentos foram reduzidos para US$ 130,3 bilhões, uma queda de 41% em comparação à proposta anterior. “Esses números, não são meus, estão no balanço da Petrobras e eu acho que a gente, como brasileiro, não pode brigar com a matemática”, afirmou.
Para o presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, Jorge Marques de Toledo Camargo, a mudança aumentará a concorrência nos leilões. “A limitação a outras companhias operarem conduz a consórcios únicos e lances mínimos. Boas empresas prosperam ainda mais em ambiente de competição sadia, e a Petrobras é uma excelente empresa”, afirmou ele, mais cedo.