Diretor do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Christopher Waller afirmou nesta quarta-feira, 8, que a luta contra a inflação ainda não acabou e pode ser "longa", com taxas de juros altas por mais tempo do que "alguns" esperam atualmente.
"Precisaremos manter postura rígida por algum tempo para desacelerar atividade. Não estou vendo sinais de rápido declínio da inflação nos dados econômicos e estou preparado para uma luta mais longa para reduzir a inflação à meta. Não hesitarei em fazer o que for necessário para realizar meu trabalho", destacou o banqueiro central, em evento no Arkansas.
Waller ressaltou que, apesar de a inflação ter saído de seu pico, ela ainda está muito alta. "Preciso ter certeza de que a inflação está diminuindo de maneira sustentada em direção à meta de 2%, portanto, precisarei ver uma moderação contínua na inflação antes que minhas perspectivas mudem", destaca.
Porém, o diretor ponderou que a inflação começou a moderar, sendo que a queda dos preços de energia é o grande motivo. "A política monetária funciona com um atraso e, depois que o BC americano começou a aumentar as taxas de juros em março passado, a inflação atingiu o pico em meados de 2022 e vem caindo gradualmente desde então".
Ele comentou ainda que a contínua pressão ascendente sobre a inflação vem, em parte, de um mercado de trabalho muito apertado. "Queremos ver salários crescendo, mas deve ser de acordo com nosso objetivo de estabilidade dos preços", disse.
Com relação à economia americana, Waller espera que ela continue a crescer moderadamente. "Parece que a atividade econômica pode moderar ainda mais no primeiro trimestre de 2023, mas espero que a economia dos EUA continue crescendo em um ritmo modesto este ano, apoiada por um mercado de trabalho forte e incentivando o progresso na redução da inflação", conclui.