Vencedor do Urso de Ouro em 2020, Rasoulof emitiu o comunicado na segunda, 13. "Estou na Europa há alguns dias após uma longa e complicada viagem", diz.
O novo filme do diretor, <i>A semente do figo sagrado</i>, está na disputa pela Palma de Ouro em Cannes deste ano. A presença de Rasoulof no festival de cinema na França, porém, continua incerta.
Segundo o diretor, as autoridades iranianas continuam a perseguir e a interrogar a equipe, o elenco e até familiares de envolvidos na produção.
"As autoridades iranianas estão tentando convencer a equipe do filme de que eles não sabiam o teor da história e foram manipulados a participar do projeto", acrescentou no comunicado.
Oficialmente, o Irã o condenou por crimes de segurança nacional por produzir "filmes e documentários". Além da pena, Rasoulof teve bens confiscados.
"Eu me oponho fortemente contra a recente e injusta decisão que me forçou ao exílio. De qualquer forma, o judiciário iraniano tem tomado decisões tão crueis e estranhas que eu mal deveria reclamar da minha sentença", diz.
"Penas de morte estão sendo dadas enquanto o Irã tem tomado como alvo a vida de manifestantes e ativistas de direitos civis. (…) A engrenagem criminosa da República Islâmica está violando direitos humanos de forma contínua e sistemática".
A organização Human Rights Watch afirma que o cineasta já era monitorado, o que o fez ser condenado a um ano de prisão em 2022. No mesmo ano, um tribunal também proibiu Mohammad de fazer filmes sob a acusação de "propaganda contra o sistema".
Preso em julho de 2022, o cineasta foi liberado em fevereiro de 2023 para cumprir a pena em casa por motivos de saúde. No ano passado, foi selecionado para o júri de Cannes, mas recusou o convite por ter sido impedido de sair do Irã.