Diretora do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Michelle Bowman indicou nesta quinta-feira, 7, que a autoridade monetária ainda não chegou ao momento adequado para cortar juros. Em discurso durante evento com banqueiros em Nova Jersey, a dirigente defendeu uma postura de "cautela" em relação aos próximos passos da política monetária.
Michelle Bowman comentou que, se os próximos indicadores mostrarem contínuo e sustentável progresso da inflação em direção à meta de 2%, será apropriado reduzir a taxa básica. "Na minha visão, ainda não estamos nesse ponto", argumentou ela, que alerta que um alívio monetário prematuro poderia ampliar a necessidade de mais aperto à frente no horizonte.
Apesar disso, a dirigente se disse "disposta" a defender uma nova elevação dos juros caso haja indícios de que o processo de retomada da estabilidade de preços parou ou se reverteu.
As decisões serão tomadas a cada reunião e levarão em conta a evolução dos dados, reforçou. "É importante notar que a política monetária não segue um rumo predefinido", garantiu.
<b>Alerta com dados recentes de inflação</b>
A diretora do Federal Reserve alertou também que os dados de janeiro sugerem que os progressos no combate à inflação nos EUA podem perder força à frente. Para ela, os índices de preços devem continuar arrefecendo, mas há riscos de alta para o cenário inflacionário.
A dirigente citou os desdobramentos geopolíticos, que poderiam ter efeitos nos mercados de alimentos e energia, além de prejudicar as cadeias produtivas.
"Existe também o risco de que um afrouxamento das condições financeiras e um estímulo fiscal adicional possam dar impulso à demanda, travando qualquer progresso adicional ou mesmo provocando uma reaceleração da inflação", disse ela, que acrescenta que o aperto no mercado de trabalho também poderia impulsionar a inflação de serviços.