Diretora do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Lael Brainard afirmou nesta terça-feira, 12, que a inflação continua "muito elevada" nos Estados Unidos, mas também notou que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de março, publicado mais cedo, mostrou desaceleração "digna de nota" em seu núcleo. Ela falou em entrevista virtual no evento Wall Street Journal Jobs Summit, mas não quis adiantar se poderia ou não defender uma alta de 50 pontos-base na reunião de política monetária de maio, mas disse que o Fed conduzirá um aperto "metódico, com uma série de altas" nos juros.
Com direito a voto nas decisões de juros e indicada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para a vice-presidência do Fed, Brainard destacou que energia e alimentos foram os grandes responsáveis por puxar para cima a inflação de março, sobretudo a primeira, com a guerra na Ucrânia.
Ela enfatizou, porém, que não dá tanto peso a apenas um dado e disse que continuará a monitorar os próximos números.
Brainard afirmou que a recuperação econômica dos EUA deve se sustentar, mesmo com o aperto monetário. E notou que a própria comunicação do Fed já contribuiu para um aperto nas condições financeiras.
Ela disse estar atenta às curvas de juros dos Treasuries, mas ponderou que nem toda inversão significa necessariamente risco de contração econômica e que os indicativos mais aceitos para isso continuam a não mostrar inversão.
A diretora do Fed afirmou que uma guerra extensa da Rússia criaria mais riscos econômicos. O conflito na Ucrânia já traz riscos de alta para a inflação e de baixa para a atividade, e a invasão russa tem "contribuição importante" para as pressões inflacionárias atuais, disse ainda.