A diretora do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Michelle Bowman, reiterou alertas sobre possível persistência da inflação nos Estados Unidos, afirmando que "ainda acredita que uma nova alta nos juros será necessária" para baixar os preços à meta de 2%. "Vejo risco contínuo de que o núcleo da inflação de serviços seguirá teimosamente persistente. E, na minha visão, também existe risco de que os preços elevados de energia revertam o progresso geral da desinflação nos EUA", disse, em discurso preparado para fórum da Associação de Banqueiros de Nova York, divulgado nesta quinta-feira.
Michelle Bowman reforçou que seguirá dependente de dados para monitorar "cuidadosamente" o desempenho dos preços e da atividade econômica, embora tenha criticado a "frequência e extensão" das revisões nas leituras, que "dificultam" a análise do BC norte-americano.
Ela comentou que também está monitorando a volatilidade no mercado de títulos e os diversos fatores contribuindo para a escalada nos rendimentos dos Treasuries.
A dirigente ainda reiterou sua discordância em relação às propostas de reformas regulatórias, em fase de análise pelo Fed e outros órgãos norte-americanos.
Ela argumenta que a ampliação de capital para bancos com mais de US$ 100 bilhões em ativos, entre outras regras, poderia prejudicar o funcionamento do mercado. "As reformas regulatórias podem representar novo risco para a estabilidade financeira", afirmou.