Estadão

Dirigente da Fifa diz que agressão a árbitro é câncer que pode matar o futebol

A agressão ao árbitro turco Halil Umut Meler continua repercutindo dentro da Fifa. Nesta quarta-feira, o presidente do Comitê de Arbitragem da entidade, o italiano Pierluigi Collina, disse que a violência contra juízes é um "câncer" que pode "matar o futebol" se não for contido.

"É uma responsabilidade para todos que amam o jogo bonito fazer alguma coisa a respeito. Antes que seja tarde, antes que este câncer mate o futebol", declarou Collina, que teve longa carreira como árbitro – apitou a final da Copa do Mundo de 2002, vencida pela seleção brasileira.

Collina se refere à agressão de Faruk Koca, presidente do Ankaragucu, ao árbitro da partida com o Rizespor, Halil Umut Meler, ao fim da partida do Campeonato Turco disputada na segunda-feira. Meler, que precisou ser hospitalizado, também foi agredido por torcedores que invadiram o gramado.

"A imagem de Halil Umut deitado no chão, com suas mãos protegendo a cabeça enquanto ele levava chutes de agressores, assim como a imagem da lesão em seu olho, são horríveis. Mas ainda mais horrível é saber que há milhares de árbitros pelo mundo que são agredidos verbalmente e fisicamente em jogos de divisões inferiores pelo mundo, sem chegar até a mídia", comentou.

As agressões já haviam sido lamentadas pelo próprio presidente da Fifa, Gianni Infantino. "Não há absolutamente nenhum lugar para a violência no futebol. Dentro ou fora de campo. O que aconteceu após o jogo da liga turca entre o Ankaragucu e o Rizespor é totalmente inaceitável e não tem qualquer lugar no nosso esporte e sociedade", disse o dirigente.

ÁRBITRO DEIXA HOSPITAL
Halil Umut Meler foi hospitalizado após ser algo das agressões no jogo de segunda. Ele sofreu uma leve fratura perto do olho e recebeu alta nesta quarta. De acordo com familiares, o árbitro cogita abandonar a profissão.

O presidente do clube, Faruk Koca, foi detido logo após a agressão. Mas as autoridades não confirmaram se foi detido. Mas deve enfrentar denúncia formal. Dias depois, ele pediu desculpas publicamente pela agressão e anunciou sua renúncia ao cargo de presidente da federação de futebol do país.

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