Um dirigente do partido oposicionista Acción Democrática (AD) foi assassinado na noite de quarta-feira por pessoas armadas que dispararam contra uma concentração de pessoas ao final de um ato político em Altagracia de Orituco, no Estado de Guárico, no centro da Venezuela. O incidente eleva as tensões na campanha eleitoral para o Legislativo do país, assolada por alguns eventos violentos nos últimos dias. A votação está marcada para 6 de dezembro.
O dirigente Luis Manuel Díaz, secretário-geral da AD na cidade, morreu depois das 19h (hora local), após ser baleado em meio a uma concentração opositora, indicou Carlos Prosperi, dirigente da agremiação política no Estado de Guárico e candidato na eleição parlamentar pela coalizão opositora.
Prosperi relatou que, ao final de um ato político em Altagracia de Orituco, começaram a ser ouvidos disparos e no meio da confusão Díaz se feriu. Pouco depois, ele já deu entrada sem sinais vitais em um centro médico.
Mais cedo, havia ocorrido no mesmo Estado de Guárico outro fato violento, quando supostos grupos armados atacaram ativistas do partido opositor Voluntad Popular. Os oposicionistas esperavam a chegada ao lugar de Lilian Tintori, mulher do dirigente preso Leopoldo López, afirmou em comunicado o próprio partido.
Em outro episódio da quarta-feira, pelo menos dois manifestantes ficaram feridos em um confronto com supostos partidários do governo durante uma concentração convocada pela aliança opositora do Estado de Bolívar, no sudeste do país, com a presença do líder e ex-candidato presidencial Henrique Capriles, segundo os organizadores do evento. O dirigente opositor Francisco Cardier disse à imprensa que supostos militantes do partido governista atacaram pessoas presentes na concentração, sem dar detalhes.
Opositores denunciaram nos últimos dias ao menos seis incidentes violentos ocorridos em Caracas e em outras cidades do interior envolvendo a polarizada política venezuelana. O presidente da Assembleia Nacional, o deputado governista Diosdado Cabello, atacou nesta quarta-feira a oposição, dizendo que virou “moda” ao denunciar que “grupos armados chavistas” o estão atacando.
A campanha eleitoral para a eleição legislativa na Venezuela começou em 13 de novembro, com pouco entusiasmo e modesto eventos e propagandas, em uma mostra da grave crise econômica que assola o país sul-americano, caracterizada por uma inflação galopante e severos problemas de escassez de alimentos e outros itens básicos. A oposição, que pela primeira vez em 17 anos figura como favorita para vencer uma eleição no país, acusa o governo do presidente Nicolás Maduro de utilizar meios estatais e recursos públicos para fazer campanha. Os governistas, por sua vez, dizem que a oposição busca gerar violência para afetar o processo eleitoral. Fonte: Associated Press.