O Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) precisa levar a inflação dos Estados Unidos à meta de 2% e sabe como fazê-lo, disse o presidente da distrital de Minneapolis, Neel Kashkari. "A questão é: conseguiremos fazer isso sem provocar uma recessão? Eu não sei", disse, em falas iniciais em evento da Young Presidents Organization, uma comunidade global de executivos sediada nos EUA.
Sem poder de voto nas decisões monetárias este ano, Kashkari afirmou que os dirigentes têm movido "agressivamente" para aumentar os juros e diminuir a inflação. "Com esperança, teremos ajuda no lado da oferta, para trazer de volta o equilíbrio entre oferta e demanda", afirmou.
O banqueiro central afirmou que já há sinais de que melhorias na oferta estão ocorrendo.
<b>Fatores externos</b>
Neel Kashkari afirmou também que há fatores compartilhados entre diversos países que pressionam a inflação, como a alta do preço do petróleo, gargalos de oferta e reflexos da guerra da Rússia na Ucrânia. Na avaliação do dirigente, cerca de dois terços da inflação dos Estados Unidos devem ter sua causa em fatores externos ao país. Assim, fatores domésticos, como política fiscal, seriam responsáveis por um terço.
Kashkari notou que diversos outros países do mundo lidam com alta dos preços.
Quanto ao <i>Inflation Reduction Act</i>, o "pacote de Biden", o dirigente notou que o efeito deve ser redução de déficit ao longo do tempo e que "não deve mudar posição em que estamos agora com inflação".
<b>Mercado de trabalho</b>
Em relação ao mercado de trabalho, o banqueiro central afirmou que "o potencial de oferta de trabalho não está completamente resolvido, mas está parcialmente, e agora precisamos diminuir a demanda". "Precisamos trazer inflação de volta em breve, urgentemente", reforçou.