A presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Cleveland, Loretta Mester, defendeu nesta sexta-feira, 13, aumento de juros de 50 pontos-base nas próximas duas decisões monetárias, em junho e julho. Em discurso no Fórum Internacional de Pesquisa sobre Política Monetária, a dirigente, que vota nas reuniões do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês), citou setembro como um marco para avaliar como lidar com a inflação.
"Se até a reunião do FOMC de setembro, as leituras mensais de inflação fornecerem evidências convincentes de que a inflação está caindo, então o ritmo dos aumentos das taxas pode diminuir. Mas se a inflação não moderar, pode ser necessário um ritmo mais rápido de aumentos das taxas", disse Loretta.
Ela pontuou que o FOMC precisará ser "decidido e intencional" em remover a política acomodatícia para controlar os preços.
Destacou que deve haver alguns obstáculos no caminho e que o crescimento econômico poderia desacelerar "um pouco mais que o esperado" por alguns trimestres, assim como a taxa de desemprego poderia subir temporariamente. "A guerra em curso na Ucrânia e os bloqueios da covid na China representam riscos para cima para a inflação, mas riscos para baixo para o crescimento. As condições financeiras mais amplas já apertaram consideravelmente, já que os mercados anteciparam novos aumentos das taxas à luz da orientação futura do Fed", observa.
Quanto aos títulos públicos, Loretta Mester disse apoiar que o Fed considere a venda de ativos após a redução do balanço estar bem encaminhada "para acelerar o retorno da composição da carteira a ser principalmente títulos do Tesouro".