Estadão

Dirigente do Fed defende altas de juros menores nos EUA

Presidente da distrital de Boston do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Susan Collins sinalizou apoio à desaceleração do aumento de juros nos EUA, em discurso durante evento do Brookings Institution nesta sexta-feira, 4. "Na minha visão, incrementos menores geralmente serão apropriados à medida que trabalhamos para determinar quanto aperto monetário é necessário para atingir um nível de juros que seja suficientemente restritivo", afirmou a dirigente, que tem direito a voto nas reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) este ano.

De acordo com ela, o ciclo monetário do Fed atingiu uma fase em que os riscos de aperto excessivo aumentaram a ponto de causar uma desaceleração muito forte da economia americana. Para Collins, a atividade não precisa reduzir "significativamente" para que a inflação seja controlada.

Ela não rejeitou completamente, porém, a ideia de optar por mais um aumento de 75 pontos-base dos Fed funds, embora tenha ressaltado que movimentos mais brandos também serão discutidos.

De qualquer forma, Susan Collins entende que o foco do Fed deve se mover para o nível adequado dos juros, ao invés do ritmo de aumento. "Com os juros agora em território restritivo, acredito que é hora de mudar o foco de quão rápido aumentar as taxas, ou o ritmo, para quão alto – em outras palavras, determinar o que é suficientemente restritivo", opinou.

De acordo com a banqueira central, ainda é "prematuro" definir qual será esse nível.

<b>Emprego</b>

Segundo Susan Collins, os dados de geração de empregos nos EUA podem estar respondendo de forma defasada a fatores da economia americana, e portanto não são um indício tão preciso sobre as condições da atividade local.

Para ela, a forte abertura de vagas recente – vista mais uma vez no payroll de outubro, divulgado nesta sexta – pode estar apenas refletindo empresas que recuperam parte da alta demanda anterior. De qualquer forma, os dados não são consistentes com uma inflação dentro da meta do Fed, de 2% ao ano, alertou a dirigente.

Diante de um mercado de trabalho persistentemente forte e outros dados "decepcionantes", Susan Collins disse que "ampliou sua visão" sobre qual seria o nível de juros apropriado para controlar a inflação, em relação às projeções de setembro do Fed – quando a mediana da entidade indicava pico dos juros em 4,6%. Atualmente, a taxa dos Fed funds está no patamar de 3,75% a 4%.

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