Presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Richmond, Tom Barkin afirmou nesta quarta-feira que "está aberto" a uma eventual elevação de 50 pontos-base nos juros em maio, mas disse que isso dependerá de uma avaliação sobre como estará a economia nesse momento. Durante entrevista à <i>Bloomberg TV</i>, o dirigente disse que estará especialmente atento ao quadro na inflação e também na demanda econômica.
Na avaliação da autoridade, o Fed deve conduzir uma redução mais rápida do balanço que da última vez que ocorreu esse processo.
Ele não citou, porém, data possível para iniciar isso nem valores possíveis para esse ajuste. O processo de redução do balanço deve gerar um "modesto impacto" nos retornos dos bônus, apontou.
Barkin considera que a guerra na Ucrânia já provoca impacto na inflação, mas por enquanto não na demanda. Ao mesmo tempo, notou que continua a haver problemas nas cadeias de produção, em um quadro que ele considerou "frustrante". Ao mesmo tempo, o dirigente disse que deve haver uma melhora gradual nessa frente, com melhora adiante, por exemplo, na oferta de microchips para a indústria.
Sem direito a voto nas decisões de política monetária neste ano, Barkin comentou que ainda há "muita demanda por trabalho" nos EUA, citando o relatório Jolts publicado na terça como uma prova disso.
Barkin disse também que, em suas conversas com empresários, estes ainda relatam que têm o poder para estabelecer preços.
Segundo ele, a dinâmica na demanda subjacente no país está "muito forte". O dirigente comentou, sobre o mercado imobiliário, que ele está aquecido, mas que não vê alavancagem em excesso no quadro atual.