Estadão

Dirigente do Fed prevê juros restritivos por algum tempo nos EUA

Presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) da Filadélfia, Patrick Harker disse esperar que a instituição pause o aumento de juros em "algum momento" de 2023, mas alertou que os custos de empréstimo nos EUA devem ficar em patamar restritivo "por algum tempo".

Harker classificou a "falta de progresso até agora" em conter a inflação como "francamente decepcionante", o que deve fazer com que o BC eleve o juros "bem além de 4%" até o fim de 2022.

"Em algum momento do próximo ano, vamos parar de aumentar os juros. Nesse ponto, acho que devemos manter uma taxa restritiva por algum tempo para deixar a política monetária fazer seu trabalho. Levará um tempo para que o custo mais alto do capital impacte a economia", avaliou o dirigente, que não tem direito a voto nas reuniões deste ano do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).

Depois disso, o Fed pode apertar mais a política monetária caso os dados indiquem esta necessidade, ressaltou Harker, que também considera importante manter a ação do BC "flexível".

Acima de tudo, as expectativas inflacionárias nos EUA não podem se desancorar da meta de 2%, lembrou. Um sinal encorajador neste sentido são relatos de contatos de bancos, que afirmam que clientes têm optado por taxas de hipoteca ajustáveis, segundo Harker.

O cenário que provocou o atual ambiente de forte inflação nos EUA é resultado de uma "tempestade perfeita", composta pela pandemia de covid-19, a guerra na Ucrânia e "decisões de política fiscal e monetária que combinaram para limitar a oferta e fortalecer a demanda", segundo o dirigente.

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