Estadão

Dirigente do Fed reitera defesa por alta de juros mais rápida nos EUA

O presidente da distrital do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em St. Louis, James Bullard, afirmou, nesta segunda-feira, 14, que a credibilidade da autoridade monetária está em jogo, em meio à escalada da inflação nos Estados Unidos. Em entrevista à <i>CNBC</i>, o dirigente afirmou que cabe ao presidente da instituição, Jerome Powell, decidir o cronograma de alta de juros, mas repetiu que defende aumento em 100 pontos-base na taxa básica até 1º de julho. Para ele, esse processo pode ocorrer de maneira "organizada", sem provocar turbulências nos mercados.

Bullard, que tem direito a voto nas reuniões do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) este ano, já havia argumentado em favor de uma normalização mais agressiva na última quinta-feira. Nesta segunda-feira, ele afirmou que o argumento é "bom" e que tentará convencer o restante do Comitê a segui-lo.

O dirigente acrescentou que o conjunto das quatro leituras mais recentes de inflação ao consumidor nos EUA o levou a revisar suas expectativas para a política monetária.

De acordo com ele, o Fed precisa garantir ao público que retomará o controle do quadro inflacionário e que está comprometido com a meta de 2%.

Bullard ainda disse que a redução do balanço de ativos deveria começar no segundo trimestre e que, apesar disso, o Fed não estaria impondo uma política "restritiva", apenas retirando o elevado nível de acomodação monetária.

<b>PIB</b>

O presidente da distrital do Federal Reserve em St. Louis destacou ainda que projeta crescimento "entre 3,5% e 4%" no Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos em 2022, com queda da taxa de desemprego a "menos de 3%". As previsões foram feitas também em entrevista à <i>CNBC</i>.

Bullard afirmou que a maior economia do planeta deve se beneficiar do arrefecimento da onda da variante Ômicron do coronavírus já a partir do segundo trimestre. Na visão dele, as avaliações financeiras das empresas americanas estão "fortes" e devem seguir assim ao longo deste ano.

O dirigente também minimizou o impacto das tensões geopolíticas na economia dos EUA. Para ele, os riscos são maiores para a Europa. "Não vejo Ucrânia como grande questão macroeconômico neste momento", comentou.

Bullard disse ainda que tem tentando convencer o FOMC a retirar estímulos de maneira mais rápida. Para ele, a alta de juros e a redução do balanço de ativos iniciais serão "baratas", por causa da solidez da economia.

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