Economia

Dirigentes do BCE veem desafios para programa de estímulo, mostra ata

Os dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) advertiram em sua reunião de setembro para os “crescentes desafios” em obter bônus para o programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês) da instituição. Além disso, o BCE sinalizou que o programa de estímulos poderia ser expandido novamente.

O programa conhecido pela sigla de QE, por meio do qual o BCE compra 80 bilhões de euros ao mês principalmente de dívida de governos, tem prazo previsto para acabar em março. O presidente do BCE, Mario Draghi, disse após a reunião de setembro que a equipe revisaria os parâmetros da iniciativa, a fim de garantir que o BCE não fique sem bônus para comprar. A ata da última reunião, publicada nesta quinta-feira, mostrou que as projeções de crescimento refletem a expectativa do mercado de mais medidas do BCE.

A ata registra ainda que o conselho de 25 membros do BCE notou que as mais recentes projeções de inflação – que apontam para uma gradual elevação dos preços na direção da meta de quase 2% da instituição – refletiu parcialmente as expectativas do investidor de que o BCE anunciaria medidas adicionais de política. Segundo a ata, a possível revisão em parâmetros do QE precisa levar em conta a eficácia da política. Para o BCE, a inflação subjacente na zona do euro não mostra clara tendência de alta.

Os dirigentes concordaram “grandemente” que “as condições financeiras tinham de permanecer de apoio para apoiar a recuperação no crescimento e da inflação”. Eles advertiram que a inflação subjacente não tem mostrado “sinais convincentes” de uma aceleração sustentada e demonstraram preocupações sobre os lucros fracos dos bancos e dos preços das ações destes, o que segundo os dirigentes poderia limitar os empréstimos futuros para a economia. Segundo o comando do BCE, a fraca rentabilidade dos bancos ameaça os futuros empréstimos.

Além disso, os dirigentes também apontaram para a “incerteza considerável” em relação ao voto do Reino Unido para deixar a União Europeia, o processo chamado de “Brexit”. Segundo eles, ainda é cedo para dizer se as expectativas adversas para o impacto sobre o crescimento têm sido exageradas.

Os responsáveis pela política monetária na zona do euro voltaram a pedir que os governos ajudem o BCE a realizar as mudanças econômicas necessárias para fortalecer o crescimento e recomendou que eles elevem o investimento público, onde for possível fazer isso. Fonte: Dow Jones Newswires.

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