Senadores da base do governo criticaram o discurso do jurista Miguel Reale Jr. na comissão especial do impeachment. “Foi um discurso muito político e não se ateve ao crime de responsabilidade”, disse o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) sobre a fala do jurista, um dos autores do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff e convidado para sustentação oral na comissão.
Como o início da fala dos convidados atrasou quase duas horas em relação ao horário estipulado, Reale Jr. estava com pressa para sair da reunião, em função de um voo para São Paulo. “Não é possível que o senhor vai falar e não vai nos ouvir”, reclamou Lindbergh.
O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) concordou com o petista: “O senhor foi ousado ao enviar o pedido de impeachment e espero a mesma grandeza para flexibilizar sua agenda e permanecer nesta comissão”. O jurista disse que “não poderia ser cobrado” por isso e justificou a necessidade de deixar o Congresso Nacional.
Antes, ouviu de Lindbergh que “a base conceitual do pedido estava equivocada” e que “não viu base jurídica suficiente para se afastar uma presidente da República”. “É um escândalo. Espero que a Janaína consiga colocar seus pontos, porque esses argumentos não são juridicamente suficientes para afastar Dilma”, disse o senador.