O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse neste sábado, 8, que, quando voltar ao Brasil, vai se informar sobre as divergências em relação à criação da Taxa de Longo Prazo (TLP) que culminou no pedido de demissão de dois diretores do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
“Vou conversar com o presidente do BNDES (Paulo Rabello de Castro) para entender qual é a preocupação, qual é o ponto”, disse Meirelles a jornalistas em Hamburgo, após participar da cúpula de líderes do grupo das 20 economias mais ricas do mundo, o G-20.
Vinicius Carrasco e Claudio Coutinho pediram demissão na sexta-feira, 7, e outros dois diretores podem deixar o cargo. O estopim foram as críticas de Rabello ao modelo proposto para a nova taxa de juros que baliza os empréstimos do BNDES. Em entrevista ao Estadão/Broadcast, o presidente da instituição disse que a fórmula pode prejudicar as empresas tomadoras de crédito na instituição, ao reduzir a “previsibilidade” das condições dos financiamentos.
No objetivo da equipe econômica de reduzir os subsídios da economia brasileira, houve uma proposta de alterar o formato atual da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) pela TLP, que ainda está para ser avaliada pelo Congresso. A história ganha mais um ponto importante que é o de que o presidente da República, Michel Temer, desagradou Meirelles ao escolher Rabello para comandar o BNDES depois que Maria Silvia Bastos Marques decidiu se desligar da instituição. O ministro disse que não conversou com Rabello ainda sobre o tema.
“Pelo que vi nos jornais, eles discordam das opiniões do novo presidente, mas quando chegar ao Brasil vou me informar a respeito, vou conversar com as pessoas, até porque o BNDES não é de área direta do Ministério da Fazenda”, disse a jornalistas em Hamburgo.
A mudança da metodologia das taxas é uma das espinhas dorsais da equipe econômica. “Não há dúvida de que achamos que a mudança da TJLP para a criação da TLP é positiva, tanto que a propusemos e a defendemos”, disse Meirelles.