Opinião

Disputa em Guarulhos tendea se desprender da Capital

Apesar de ser o segundo colégio eleitoral do mais importante estado brasileiro, a disputa em Guarulhos é bastante peculiar. Os mais de 1,3 milhão de habitantes não têm a opção de assistir seus candidatos a prefeito e a vereador na televisão, assim como ocorre em municípios que contam com emissoras. Por estar dentro da mancha atingida pela Capital, os eleitores daqui terão de ver durante dois meses as propostas de José Serra (PSDB), Celso Russomanno (PRB), Fernando Haddad (PT), entre outros nomes sem ligação alguma com o município.


Desta forma, os candidatos daqui – sem a mídia eletrônica – são obrigados a concentrar os esforços de sua campanha no olho no olho, na rua, além do uso cada vez mais massivo das redes sociais. Neste contexto, seria até que natural que os principais nomes da disputa a Prefeitura pudessem colar suas imagens nos colegas de partido que buscam um lugar ao sol na Capital e figurarão todos os dias diante de nossos olhos em horário privilegiado da TV e do rádio.


Entretanto, diante de um quadro que se desenha em São Paulo, é bem possível que a disputa em Guarulhos tenda a se afastar bastante dos holofotes da capital. Pelos números das primeiras pesquisas de intenção de votos já divulgadas lá e aqui, a polarização nos dois principais municípios será um pouco diferente. Enquanto em Guarulhos há a tendência de se repetir a disputa de 2008 entre o atual prefeito Sebastião Almeida (PT) e Carlos Roberto (PSDB), em São Paulo só os tucanos – neste momento – parecem ter lugar cativo no segundo turno. O nome do PT por lá não decola nas pesquisas de intenção de votos e também demonstra que não terá forças suficientes para mudar o quadro que se pinta. A ponto de o apresentador Celso Russomanno, do nanico PRB, figurar praticamente em empate técnico com Serra.


Assim, dificilmente Almeida irá querer associar sua imagem ao colega da capital. Já Carlos Roberto terá a opção de se fortalecer por ser do mesmo partido do líder Serra ou então preferir seguir em campanha por suas próprias pernas, ignorando o que ocorre na Capital.

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