Política

Disputa entre Biden e Trump provoca mobilização histórica entre americanos

Apuração dos votos segue com disputa acirrada entre republicano e democrata

A eleição entre Donald Trump e Joe Biden deve ter a maior taxa de comparecimento em mais de um século. Previsões do US Elections Project apontam para a presença de 160 milhões de eleitores, o que significará que 67% da população em idade para votar compareceu às urnas, um interesse histórico.

O clima de incerteza que dominou a manhã, quando o noticiário repercutia a ameaça de Trump de contestar a eleição e as preocupação com um eventual confronto civil, foi se dissipando no decorrer da tarde conforme a votação transcorria sem incidentes significativos.

As campanhas temiam um baixo comparecimento em razão da pandemia, mas os eleitores se mostraram determinados a votar em uma disputa polarizada, onde a fatia de indecisos nas semanas anteriores ficou abaixo de 5%.

A última vez que os EUA tiveram comparecimento superior a 65% foi em 1908, segundo o US Elections Projects, que é coordenado por Michael McDonald, da Universidade da Flórida.

Mais de 101 milhões de eleitores votaram de maneira antecipada, antes mesmo de as urnas abrirem nesta terça, 3/11. Em 2016, a taxa de comparecimento foi de 55%.

O baixo entusiasmo de negros, jovens e latinos na eleição passada – se comparado às eleições de 2008 e de 2012, quando Barack Obama foi eleito – foi um problema para os democratas.

Neste ano, a campanha de Biden trabalhou para tentar convencer essa fatia do eleitorado a votar.

Diante das ameaças de Trump de que pretendia questionar judicialmente o processo de alguns Estados, os democratas passaram a pedir ao eleitorado que garantissem índices de comparecimento históricos para evitar a contestação da eleição.

Seis Estados ultrapassaram o número de votos totais recebidos na última eleição antes da terça-feira: Texas, Colorado, Washington, Oregon, Havaí e Montana.

Os dados compilados pela organização Collective PAC sugerem o aumento do comparecimento de negros, segundo o New York Times.

Ao jornal, o presidente da associação disse que os dados preliminares de Nevada, Geórgia, Carolina do Norte, Arizona e Texas mostram que mais negros votaram nesta eleição do que na de 2016, quando Hillary Clinton era a candidata.

Ele não apostou, no entanto, se isso significará mais eleitores negros do que o registrado nas eleições de Obama.

Jamar Freeland contribuiu para os números históricos. Em seus 42 anos de idade, ele nunca havia pensado em votar, mas estreou nas urnas neste ano com um voto em Biden. Segundo ele, o voto foi pela sua filha de 16 anos. “Não quero que o futuro dela seja miserável”, afirma.

Freeland se arrepende de não ter votado na eleição passada. “Se soubesse que Trump poderia ganhar a eleição, teria votado”, diz. Ele é da Filadélfia, na Pensilvânia, mas vive hoje em Wilmington, no Estado de Delaware, mesma cidade onde mora o candidato democrata.

Freeland não se anima muito com Biden, mas seu voto é anti-Trump. “Vi as pessoas serem mal tratadas muitas vezes por esse presidente. Ele é a definição de um narcisista, só pensa nele.

Ele derruba tudo o que o Barack (Obama) fez, só por derrubar”, afirma.

Com informações do O Estado de S. Paulo

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