O movimento socialista #MAIS, uma dissidência do PSTU com cerca de 800 militantes, cerca de um terço dos quadros do partido, anunciou nesta sexta-feira, 4, sua filiação ao PSOL num movimento para fortalecer a luta contra o governo do presidente Michel Temer (PMDB) e “construir um novo caminho para a esquerda brasileira” no País.
Em seu manifesto, o grupo, que cindiu com o PSTU há cerca de um ano, afirmou que a decisão levou em conta a necessidade de criar uma alternativa para a hegemonia do PT na esquerda brasileira. “É tempo de dar passos em frente no processo de reorganização da esquerda brasileira. Nesse sentido, o PSOL apresenta-se como o principal e mais dinâmico partido independente do lulismo”, diz o manifesto.
Segundo a professora Silvia Ferraro, militante do #MAIS que foi candidata a prefeita de Campinas em 2012 pelo PSTU, o grupo não conta com nenhuma liderança com mandato, mas têm, entre seus integrantes nomes como Amanda Gurgel, segunda candidata à vereador com maior número de votos em Natal em 2016, mas que ficou de fora por causa do coeficiente eleitoral; o professor da USP Henrique Carneiro e o historiador Valério Arcary.
Liderança do PSTU, Zé Maria disse entender a decisão dos companheiros que deixaram o partido. “Nós estamos construindo um partido no Brasil para organizar a classe operária e fazer uma transformação no País. Acreditamos que isso não se faz através das eleições. Os camaradas desenvolveram outra opinião, eles acreditam que é necessário centrar no processo eleitoral, em eleger deputado, prefeito, governador, presidente. Nesse sentido, evidentemente eles têm muito mais identidade com o que é o PSOL hoje”.
O dirigente do PSTU notou também que o PT fez a mesma escolha, a de se focar na disputa eleitoral, já no final da década de 1980. “Essa opinião acabou prevalecendo e a coisa acaba nessa lambança que foram os governos do petistas no Brasil”, acrescentou Zé Maria, que ajudou a fundar o PT na década de 1980.