Uma divergência entre religiosos e nacionalistas ameaça a negociação do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, para formar uma coalizão de governo. Avigdor Lieberman, ex-ministro da Defesa e líder do partido Yisrael Beiteinu, defende a aprovação de uma lei que torne o serviço militar obrigatório para os jovens judeus ultraortodoxos. As duas legendas religiosas – Shas e Judaísmo Unido da Torá – são contra.
O premiê venceu as eleições do dia 9. Sua coalizão, formada por religiosos e nacionalistas conservadores, obteve 65 cadeiras de um total de 120 no Parlamento. O general Benny Gantz, que tem apoio da centro-esquerda, ficou com 55.
Pouco depois da oficialização do resultado, o presidente de Israel, Reuven Rivlin, iniciou as consultas a líderes partidários e era esperado que Netanyahu ganhasse sinal verde para formar o governo – o que aconteceu na quarta-feira.
A partir de então, o primeiro-ministro passou a ter um prazo de pouco mais de 40 dias para formar um gabinete. Se não obtiver apoio suficiente, a prerrogativa passa para Gantz. Se ninguém conseguir uma maioria, a saída seria convocar novas eleições – um cenário que, no entanto, ainda parece pouco provável.
O que parecia um caminho tranquilo para Netanyahu, porém, ficou mais complicado quando Liberman insistiu em submeter ao Parlamento a lei do serviço militar obrigatório para os judeus ultraortodoxos.
Em comunicado, Moshe Gafni, um dos líderes do partido Judaísmo Unido da Torá, afirmou que os religiosos não podem ceder em temas centrais de sua agenda e garantiu que “não vê problemas” em disputar novas eleições.
Lieberman, que defende um governo secular, respondeu. “Estamos tentando manter um equilíbrio em questões sobre religião e Estado”, disse. “Qualquer um que não estiver disposto a fazer o mesmo será responsável pelo fracasso deste governo.” (Com agências internacionais)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.