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Dívida de Honra tem direção sóbria e densa de Tommy Lee Jones

Há algo de estranhamente belo neste Dívida de Honra (pré-venda em 19/5, R$ 109,90) dirigido e interpretado por Tommy Lee Jones, lançamento em DVD da Califórnia. A história é uma espécie de faroeste crepuscular. Fala de uma mulher de temperamento forte, Mary Bee (Hilary Swank, de Menina de Ouro), que se dispõe a enfrentar uma tarefa que apavora os machos locais. Nada menos que transportar três mulheres insanas para onde possam ser tratadas. Desse modo, as loucas são encerradas numa carruagem blindada, a ser conduzida por essa valente Mary Bee, determinada, porém solitária. No meio do caminho, salva da forca um patife, Georges Briggs (Tommy Lee Jones). Ele decide acompanhá-la, não por gratidão, mas pela recompensa em dinheiro.

Eis situação propícia a algumas considerações sobre a natureza humana em situações-limite. A grandeza surge onde menos se espera, mas a mesquinharia brota a cada canto. Por exemplo, na cena em que o insólito grupo vê recusada a sua estada num hotel. Há algo de quase surrealista na ausência de compaixão humana com que se defrontam.

Esse enredo, baseado no romance The Homesman, de Glendon Swarthout, se intensifica com a direção de Lee Jones. Sóbria, sem tentar embelezar as situações tensas ou escabrosas. O elenco é ótimo. O próprio Lee Jones, com as marcas do tempo no rosto, Hilary Swank, com sua composição de mulher forte com pontos de fragilidade. E há Meryl Streep, em pequeno papel tornado grande por seu talento. Belíssimo filme.

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