Pouco brilho, semblante fechado, rara vibração e poucas grandes jogadas. Novak Djokovic iniciou a defesa do título de Roland Garros, em busca de seu 25º Grand Slam da carreira, deixando seus fãs preocupados. Mesmo diante de um rival longe dos melhores do circuito, o líder do ranking deu demonstrações que algo ainda tira sua alegria de estar em quadra, sejam problemas físicos ou particulares. Apesar de enfrentar oponentes extras , confirmou o favoritismo com triunfo por 3 sets a 0 sobre o francês Pierre-Hughes Herbert, parciais de 6/4, 7/6 (7/3) e 6/4.
Ainda sem avançar a uma decisão sequer no ano, Djokovic começou o jogo com devolução para fora e depois sem reação em bola longa na esquerda. Ainda levou uma passada e perdeu o game facilmente, correndo pouco em postura estranha. Preocupação?
A resposta veio com precisão no saque. Diante de um tenista da casa, o atual campeão ainda tinha a torcida contra. Para quem tinha dúvidas sobre seu físico, chegar em uma curta na rede e quebrar o saque logo no terceiro mostraram que ele pode ir longe no Grand Slam. Forçando o rival aos erros e encaixando bons golpes, o sérvio fechou o primeiro set em 6 a 4.
Contra um adversário de golpes potentes e pouca técnica, Djokovic iniciou o segundo com quebra. Mas mostrou desconcentração para permitir a virada. Em uma partida ruim, o sérvio parecia atuar em ritmo de treino para embates mais duros e arriscava algumas jogadas, cometendo erros fáceis.
Sem impor toda sua qualidade, Djokovic deixou o francês gostar do jogo e a parcial se arrastou igual até o tie-break. Sofrendo com o saque rival, o campeão apostava todas as fichas no serviço para equilibrar a partida. No desempate, abriu logo 3 a 0 em primeiro momento de vibração no jogo. Soltou um grito logo depois para celebrar o 5 a 1. Fechou em 7 a 3 no segundo set point.
Sempre brincalhão em quadra, a falta de sorrisos e a atitude apática após os pontos, passavam a impressão de sofrimento do sérvio. Não transmitia, porém, sintomas que pudessem sugerir dores ou desconforto com o corpo.
Conversando sozinho por vezes, o sérvio continuou investindo no saque para não dar chances ao francês. E a partida novamente continuou igual. O primeiro sorriso de Djokovic, amarelo, veio em furada em devolução no décimo game. Logo depois, ele assustou ao escorregar e cair em subida à rede. Todo sujo, fechou a partida quebrando o saque na parcial contando com dupla falta do francês. Abriu os braços para agradecer o triunfo, ainda com cara de poucos amigos.
OUTROS JOGOS
Os cabeças de chave tiveram um dia de bons resultados. O australiano Alex De Minaur arrasou o americano Alex Michelsen, com 6/1, 6/0 e 6/2, enquanto o dinamarquês Holger Hune (13º favorito) bateu o britânico Daniel Evans com triplo 6/4. Já o americano Taylor Fritz (12º) buscou a virada diante do argentino Federico Coria, parciais de 2/6, 6/1, 6/2 e 6/1.
Por outro lado, Adrian Mannarino (22º) decepcionou os franceses ao levar a virada do italiano Giulio Zeppieri, caindo com 6/4, 2/6, 1/6 e 2/6. Outro local que se despediu após sair na frente foi Arthur Cazaux, que levou 6/4, 2/6, 1/6 e 4/6 do argentino Tomás Etcheverry (28º).