O dólar volta a subir ante o real, alinhado à valorização predominante no exterior, após cair de forma pontual nos primeiros negócios, com uma tímida realização de lucros. Após acumular ganhos de 8,01% nas últimas três sessões, o dólar abriu estável no mercado à vista, a R$ 4,9907, e recuou à mínima a R$ 4,9807 (-0,20%). No entanto, a moeda já retomou alta, superando os R$ 5,00, com máxima intradia a R$ 5,0402 (+1,00%).
A correção de alta é puxada por novos ajustes de posições em meio à valorização persistente da moeda americana ante pares principais e algumas emergentes no exterior. Os investidores precificam expectativas de aceleração da alta de juros nos EUA na próxima semana, possível piora da inflação global, após a Rússia cortar fornecimento de gás à Polônia e Bulgária e diante da ampliação de restrições em Pequim, na China, para combater o surto de covid-19.
Nesta manhã, o euro caiu ao menor nível em cinco anos na comparação com o dólar, a US$ 1,0585. Uma paralisação mais ampla da oferta de gás à Europa pode deteriorar mais o sentimento de risco na região e pressionar o euro, diante ainda da avaliação de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) deve apertar a política monetária em ritmo mais agressivo que o Banco Central Europeu (BCE).
No mercado local, o IPCA-15 de abril teve alta de 1,73%, abaixo da mediana do mercado (1,82%), mas ainda a taxa mais elevada desde fevereiro de 2003. Com o resultado, o IPCA-15 acumulou um aumento de 4,31% no ano. A taxa em 12 meses ficou em 12,03% – maior desde novembro de 2003 (12,69%) e também abaixo da mediana (12,14%) das projeções que iam de 11,30% a 12,27%.
O IPCA-15 reforça na curva de juros possibilidade de alta de 1 ponto porcentual, a 12,75% da Selic, na próxima quarta-feira. Várias casas financeiras avaliam que, apesar da desaceleração do indicador, a inflação segue elevada no país. Para a RB Investimentos, o IPCA-15 põe pressão no BC para que não interrompa ciclo de alta da Selic em maio.
Às 9h48, o dólar à vista subia 0,52%, R$ 5,0167. O dólar futuro para maio ganhava 0,28%, a R$ 5,020.