O dólar opera em alta firme na primeira hora de negociação desta terça-feira, na contramão do mercado internacional, onde o dia é de enfraquecimento da moeda americana ante divisas fortes e as de países emergentes e exportadores de commodities.
A pressão sobre o dólar acontece mesmo com a realização de um leilão de até US$ 500 milhões em moeda à visa pelo Banco Central, o que não acontecia desde março. Desde o início do dia, analistas previam um dia desafiador no mercado de câmbio, dada a aversão ao risco do investidor diante do cenário doméstico adverso.
Nesta manhã, pesa principalmente a questão fiscal. Segundo analistas, é bastante negativa a repercussão da fala do presidente da Câmara, Arthur Lira, que em entrevista acenou com apoio às iniciativas populistas do governo. Entre outros pontos, ele afirmou que não se pode "pensar só em teto de gastos e responsabilidade fiscal" em detrimento da população.
Também pesam as informações de que o governo estaria considerando uma proposta de Auxílio Brasil e duas parcelas complementares do auxílio emergencial, pagas uma dentro e outra fora do teto de gastos, o que levaria os beneficiários a receberem em média R$ 400 em 2022, ano em que o presidente Jair Bolsonaro buscará a reeleição.
Às 9h39, o dólar à vista subia 0,48%, aos R$ 5,5472. No mercado futuro, o dólar para novembro avançava 0,61%, aos R$ 5,5590. O Dollar Index (DXY), que mede a variação do dólar ante seis moedas fortes, recuava 0,31% no mesmo horário. Entre as moedas de países emergentes e exportadores de commodities, a terça-feira é de queda generalizada do dólar.