Estadão

Dólar cai a R$ 4,82 sob pressão externa pós PCE dos EUA, efeito CMN e briga da Ptax

O dólar amplia a queda pós abertura em alta leve, renovando mínimas sequenciais até R$ 4,8236 (-0,48%) nesta sexta-feira, 30, no mercado à vista, sob pressão do enfraquecimento do índice DXY do dólar em reação ao índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos EUA, que avançou 0,1% em maio ante abril, como o previsto por analistas.

Estão em jogo ainda no câmbio interesses técnicos de vendidos em contratos cambiais (defendem a baixa do dólar) em meio à primeira coleta do dia para a taxa Ptax pelo BC nas mesas de operação (10 horas), segundo operador de câmbio.

A Ptax desta sexta, última do mês, do segundo trimestre e do primeiro semestre, servirá de referência na segunda-feira para os ajustes de contratos cambiais, de portfólios financeiros e de balanços corporativos de encerramento desses períodos.

Às 10h05, o dólar à vista caía 0,38%, a R$ 4,8286. Ainda assim, na semana, a moeda acumula alta de 1,06%, mas em junho carrega perdas de cerca de 4,8% e no primeiro semestre, -8,61%. O dólar agosto cedia 0,76%, a R$ 4,8530.

O dólar olha ainda a queda persistente dos juros futuros, ecoando a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) que reforça a expectativa no mercado de corte da taxa Selic em agosto.

Os investidores locais olharam ainda, mais cedo, os indicadores locais divulgados nesta manhã, como um aumento do déficit primário do setor público consolidado para R$ 50,172 bilhões em maio, após superávit de R$ 20,324 bilhões de abril. O resultado foi pior do que o esperado pelo mercado (déficit de R$ 45,600 bilhões). Além disso, a taxa de desocupação no Brasil ficou em 8,3%% no trimestre encerrado em maio, ligeiramente acima da previsão de 8,2% calculada a partir da mediana das estimativas de especialistas colhidas pelo Projeções Broadcast.

A queda do dólar ante o real replica ainda a desvalorização externa frente outras divisas emergentes ligadas a commodities desde cedo, como os pesos do México, do Chile e da Colômbia. Os investidores repercutem anúncio do governo da China de planos de novos estímulos ao consumo, visando apoiar a economia.

Na quinta-feira, o dólar à vista fechou antes da decisão do CMN, mas o dólar futuro registrou mínimas após o colegiado confirmar as metas de inflação de 3% para 2024, 2025 e também para 2026 e mudar o regime para alvo contínuo, em vez de ano-calendário. Porém, no fechamento, o dólar futuro registrou leve alta.

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