O mercado de câmbio opera o dólar em baixa no mercado à vista nesta terça-feira, 27, em linha com a desvalorização da divisa americana no exterior. As perdas frente o real somam cerca de 6% em junho.
Nesta terça, está sendo realimentada pelo fortalecimento do euro frente o dólar e otimismo com o Brasil. O euro e a libra avançam frente à divisa americana em meio a expectativas por novas altas de juros pelo Banco Central Europeu (BCE) e pelo Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) em suas próximas reuniões.
Em discurso feito durante evento do BCE em Sintra, Portugal, a presidente do BCE, Christine Lagarde, disse nesta terça-feira que a inflação da zona do euro está muito alta e assim continuará por muito tempo. Ela reiterou que o BCE precisa elevar seus juros a níveis "suficientemente restritivos" e mantê-los nesse patamar "pelo tempo que for necessário". "A instituição está comprometida a cumprir sua meta de inflação de 2%, não importa o que vier", garantiu.
Além disso, o primeiro-ministro da China, Li Qiang, adotou um tom confiante ao falar sobre o crescimento do país e criticou o conceito de risco econômico do Ocidente ao discursar na abertura de uma reunião do Fórum Econômico Mundial conhecida como Summer Davos, nesta terça-feira, 27, em Tianjin.
No Brasil, há contribuições favoráveis também. Mattos aponta a possibilidade de início de corte da Selic em agosto, sinalizada pela ata do Copom hoje, e a desaceleração do IPCA-15 de junho, a 0,04%, levemente acima da mediana de 0,03% projetada pelo mercado, mas bem abaixo da alta de 0,51% em maio.
Além da possível queda da Selic, há otimismo de que a inflação caia mais rápido e de um crescimento do PIB maior. Mattos acrescentou que a própria perspectiva de aprovação final do arcabouço fiscal no retorno da proposta à Câmara, até segunda semana de julho, contribui para melhorar a perspectiva de ganhos de investidores com o Brasil.
Mesmo que rendimento nominal da Selic venha a cair, uma queda da inflação protege o poder aquisitivo das famílias e investidores, em um quadro mais favorável à economia, explicou. Mattos não descarta novos ingressos de investidores estrangeiros para o setor produtivo e financeiro e ainda entradas de fluxo comercial em meio a exportações recordes do setor de agronegócio.
Lá fora, Lagarde apoia euro, que sobe ante dólar. Há ainda expectativas por comentários de Jerome Powell amanhã, no fórum do BCE, em Portugal, acrescentou.
Às 10h21, o dólar à vista recuava 0,09%, a R$ 4,7622. O dólar ára julho caía 0,14%, a R$ 4,7635.